O candidato disse que os portugueses não querem "pastéis" na PR
José Manuel Coelho esteve à porta dos pastéis de Belém, em Lisboa, para a sua primeira acção de pré-campanha no continente. Surpreendido com a presença de tantos jornalistas e pedindo indicações de procedimento, o agora candidato à Presidência da República (PR) comeu um pastel de nata, observou turistas e apontou "baterias" a Cavaco Silva.
Acusou primeiro o actual chefe de Estado de ter ficado "agastado" por não ter sido recebido na sala oval da Casa Branca, pelo então Presidente Bush, lembrando que os relatórios revelados pela WikiLeaks demonstram um Cavaco "subserviente aos interesses estrangeiros" em detrimento dos interesses nacionais.
O deputado pelo PND à Assembleia Regional da Madeira frisou, no entanto, estar convicto de que os portugueses não vão aceitar "candidatos à PR que sejam pastéis, pessoas que sejam passivas, inoperantes, subservientes ao interesse estrangeiro em detrimento do interesse nacional".
Coelho voltou a pôr na agenda o tema WikiLeaks, lembrando que Cavaco Silva considerou que temos uma imprensa "mansa", que não levantaria problemas à passagem dos voos da CIA por Portugal. E acusou o Presidente de ter estado "mais preocupado em agradar ao imperialismo americano do que em servir os interesses nacionais e proteger a imagem do país".
Coelho deixou um desafio ao povo, que considerou "indomável": "Os portugueses acham que esta opinião que o professor Cavaco tem acerca deles é correcta, corresponde à realidade, que é um povo apático, amorfo, que se conforma e que aceita tudo e mais alguma coisa?", perguntou.
Questionado sobre o tema "quente" da pré-campanha - o caso BPN -, classificou-o como uma "novela mexicana" e disse que "nada disto é inocente, tudo isto é preparado" pelos "estrategos da comunicação social e dos candidatos do regime" para desviar a atenção dos portugueses dos problemas reais do país. "Vamos ser cordatos e mansos com os ladrões que roubam o país, dilapidam as finanças públicas e que escapam impunes?", inquiriu o candidato, que aproveitou para dizer que será a voz dos "que não têm voz": desempregados e cidadãos que vivem no limiar da pobreza.
(Com a devida vénia ao Público)
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