quarta-feira, junho 27, 2007

"CALAMENTO REGIONAL"











"Calamento' regional"

A oposição acusa o PSD de lhe retirar direitos, mas os social-democratas respondem que "os receios não têm razão de ser"
O PS sugere que o PSD proponha igual regimento na Assembleia da República.


Estão a transformar o Parlamento madeirense em "calamento regional". A declaração do deputado estreante Baltasar Aguiar sintetiza os receios manifestados por todos os partidos da oposição, a propósito das alterações ao Regimento da Assembleia, que o PSD aprovou ontem na generalidade.

Os deputados dos partidos minoritários foram unânimes em considerar que os social-democratas estão a retirar direitos à oposição parlamentar.

Victor Freitas disse não ser "necessário retirar tempo aos deputados quando foi diminuído o seu número". O líder parlamentar dos socialistas desafiou o PSD a sugerir a Marques Mendes que proponha na Assembleia da República o que está a ser "imposto" no Parlamento madeirense.

Em nome do PCP, Leonel Nunes diz que o PSD mexeu no Regimento de forma a "calar a oposição". "Eleger deputados para quê?", pergunta o parlamentar.

Paulo Martins, do BE, em resposta ao argumento social-democrata, de que a maioria conseguida em Maio passado exigia mudanças, disse que "os eleitores não mandataram o PSD para retirar direitos aos partidos da oposição".

José Manuel Rodrigues, líder do PP, também em resposta do referido argumento do PSD, lembrou que o "Parlamento não é da maioria. É do povo. Dos que votaram no PSD e dos que votaram na oposição".

O MPT também se manifestou contra "a retirada de poderes dos partidos da oposição".

Tranquada Gomes, na declaração de voto, garantiu: "Veremos que no futuro os receios da oposição não têm razão de ser. É um Regimento que protege mais as minorias, do que o que está em vigor".

As propostas de alteração ao Regimento foram votadas separadamente, apesar de um requerimento do BE para que fossem votadas e aprovadas em conjunto. Depois, a do PSD seria a base de discussão dos trabalhos de hoje.

As votações das propostas da oposição (PS, PCP, PP e BE) tiveram todas o mesmo resultado: PSD contra e restantes partidos a favor. Já a proposta dos social-democratas teve algumas abstenções: PP, BE e MPT. Contra votaram o PS e o PCP. O PSD, naturalmente, votou a favor.

(Publicado em Diário de Notícias - Madeira)

terça-feira, junho 26, 2007

PND-MADEIRA CHUMBOU A PROPOSTA DE ALTERAÇÃO AO REGIMENTO DA ALR DA MADEIRA



















A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou hoje, na generalidade, a proposta do PSD-M de alteração ao Regimento, com a oposição a dizer que o novo documento lhe retira poder de intervenção por imposição da maioria social-democrata.

O Regimento da Assembleia Legislativa da Madeira foi aprovado com os votos do PSD-M, o chumbo do PS-M e do PND-M e a abstenção do CDS/PP-M, do MPT-M e do BE-M.

A oposição contesta o tempo de intervenção por deputado consoante se trate declaração política, declaração de voto, apresentação de projectos entre outras iniciativas que poderá variar entre os oito minutos para cada um dos Grupos Parlamentares e os dois minutos para cada deputado que seja único representante de partido.

Reprovam ainda a não obrigatoriedade da presença na Assembleia do presidente do Governo Regional para um debate político mensal e a exigência de mais de duas mil assinaturas nas petições de cidadãos ao parlamento regional.

Tranquada Gomes, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD-M, justificou a alteração do Regimento devido à nova realidade parlamentar que passou de 68 para 47 deputados e de cinco para sete partidos: «adaptar o funcionamento da Assembleia à nova correlação de forças com base no princípio da representatividade e da proporcionalidade».

(Publicado em Diário Digital)

domingo, junho 24, 2007

O HOMEM QUE ENFRENTOU JARDIM












Quem diria que Baltasar Aguiar, o candidato do PND pelo qual a famosa personagem do Manuel do Bexiga fez campanha, que, em plena campanha eleitoral para as eleições antecipadas de 6 de Maio enfrentou Alberto João Jardim a meio de uma inauguração, é, no fundo, um homem tímido que detesta falar de si, que se esconde em silêncios e desvia o olhar quando a pergunta ameaça quebrar a barreira intransponível da privacidade. Não há imagens que retratem a vida para além da esfera pública, nem das férias passadas em São Pedro do Sul, terra da mãe. Mas reage por impulsos. Os amigos conhecem-no bem. E sabem que há situações que Baltasar, com os seus 42 anos e um ar travesso, não perdoa, nem nunca perdoou, como os ataques ao núcleo familiar e situações de injustiça. Perde a cabeça e não há quem o segure.

Foi isso que aconteceu a 1 de Maio. Alberto João Jardim responsabilizou publicamente a "família Baltasar" de "explorar" os madeirenses enquanto donos de terras de colónia. Perante milhares de pessoas, a voz de Baltasar soltou-se da multidão com uma única frase "você é um mentiroso", repetida à exaustão, interrompendo o discurso oficial, obrigando os agentes da PSP a dar--lhe protecção.

É estranho como a vida, por vezes, oferece, de graça, filmes de reprise.

Há 33 anos, o pai de Baltasar, também ele Baltasar e advogado, fundador do CDS na Madeira, deputado nas primeiras eleições regionais de 1976, enfrentou igualmente Jardim nas bancadas de um parlamento improvisado com cadeiras e bancos de escola em discussões acesas lavradas em acta, numa altura em que o PPD ia, também, a caminho do socialismo. Viviam-se os resquícios de um Verão quente do PREC (Processo Revolucionário em Curso), com a acção bombista da Frente de Libertação da Madeira ainda muito viva, e um gatinhar trémulo de uma autonomia conquistada com o 25 de Abril.

Por esta altura, Baltasar-menino acompanhava de perto os dias e as noites agitadas da política madeirense. Por força das circunstâncias, alistou-se na juventude centrista, foi membro de duas comissões políticas do CDS, então liderado por Ricardo Vieira, e esteve ao lado do cunhado Manuel Monteiro. Sempre. Daí acompanhá-lo nesta aventura do PND.

"Nunca fui democrata-cristão. Tenho outra perspectiva do mundo. Em Portugal, por exemplo, sempre me irritou a postura politicamente correcta do CDS no style da direita portuguesa. Um estilo que não se coaduna nada com o meu perfil. Nem sequer com o que defendo para o País", diz.

Neste campo, fala da necessidade de intervenções "mais radicais", "alteração das regras" do próprio sistema político, social e direito constitucional. A adjectivação dos outros cola-se-lhe às opiniões como efeito colateral inevitável. Como o ser "irreverente", legenda que ganha em pouco tempo. Mas ele tem a sua explicação.

"Na Madeira qualquer pessoa que toma posição contrária ao poder que está instituído é logo rotulado. Eu estive sempre ao lado de pessoas que tomaram posições contrárias ao regime. Dentro do CDS eu próprio perfilhava uma intervenção menos institucional do que a liderança da altura", recorda.

Hoje, continua a pensar que "é preciso abanar" esta terra, e tentou fazê-lo durante a campanha eleitoral.

Quanto ao ser impulsivo não há nada a esconder. "Sou… mas só em questões de justiça, quando vejo alguém bater num cão, quando sinto que há questões de ordem moral importantes para comigo e para com os outros. Por exemplo, a forma como o regime trata os partidos da oposição, apelidando-os de ralé, pé-chinelo, cria-me reacções de impulsividade", reitera. Sente que, neste momento, é obrigado a adaptar-se e a aprender a enfrentar o hemiciclo. Um palco diferente da barra dos tribunais. Sabe que não pode explodir à mínima provocação. Uma fragilidade consciente que, aos poucos, terá de gerir. Afinal, foi eleito para um mandato que termina em 2011. O lado calmo e sereno é aconchegado no seio da família, no ciclo dos amigos de há muitos anos, amigos que preserva com muito empenho. Aí perde a marca registada da política e é outra personagem, "com um feitio normal, divertido, não ando aos gritos com ninguém".

Mas quando se pergunta se acredita em Deus, a pausa parece não terminar. "Tem dias…", atira com olhar vago. O tema não lhe provoca riso nem ironia.

"Quando penso no mundo, no mundo revelado pela ciência, tenho dificuldade em encaixar o Deus da Igreja Católica, tal como nos ensinaram. Não tenho uma atitude religiosa perante a vida. Para mim, nem tudo é uma manifestação de Deus." O tema incomoda-o. "Seria reconfortante acreditar nalguma coisa que desse sentido à vida. Acreditar numa entidade divina, que está por trás de nós a suportar tudo isto e que nos está a levar para algum lado… ajuda a ser feliz. Mas eu sou céptico", diz. Nem sequer um bom vinho lhe retira da boca uma exclamação de divino. "Infelizmente, eu vivo um pouco a tragédia de não ter fé", conclui.

Mas logo chega o riso quando o tema de Deus dá lugar à Pátria. "As pátrias, no sentido de Nação mais Estado, acabaram. Faliram. Foram substituídas por uma comunidade de interesses, culturas, valores. E nisso eu acredito."

E os prazeres da vida? "Ouço música no rádio do carro. Mais nada. Ir ao cinema, com crianças pequenas, é complicado. Portanto, leio muito. Com a entrada no Parlamento, achei importante preparar--me voltando a reler as Farpas de Eça de Queiroz." E dá uma gargalhada. "A caricatura parlamentar encaixa-se muito bem na realidade madeirense. Eu fiquei assustado com a primeira sessão, a indisciplina total, as anedotas que se contam…" Uma estreia.

E o que é que se pode dizer mais que Baltasar deixe que diga? "Que ainda tomo as minhas bebedeiras. Sou de uma geração que o faz. Qual é problema?" Nenhum.

(Publicado em Diário de Noticias)

sábado, junho 23, 2007

RODRIGO HENRIQUES LIDERA JOVENS DA NOVA DEMOCRACIA




















A Direcção Nacional das Novas Gerações nomeou, no último sábado, Rodrigo Henriques para liderar os jovens da Nova Democracia na Madeira. Segundo a Nova Geração, «Rodrigo Henriques demonstra uma determinação invulgar a que já fomos habituados pelos militantes do arquipélago».
O Coordenador do Núcleo das NG da Madeira terá como principal objectivo realizar a Assembleia-Geral dos militantes já em Setembro próximo.
Até lá liderará os jovens da direita na Madeira.

(Publicado em Jornal da Madeira)

domingo, junho 17, 2007

RODRIGO HENRIQUES NOMEADO COORDENADOR






















A Direcção Nacional das NG (Novas Gerações) nomeou este jovem madeireise para liderar os jovens da Nova Democracia na Madeira.
Rodrigo Henriques demonstra uma determinação invulgar a que já fomos habituados pelos militantes do arquipélago.
Foi esta a principal razão que levou a Direcção das Novas Gerações a nomeá-lo Coordenador do Núcleo das NG da Madeira.

"Rodrigo terá como principal objectico realizar a Assembleia Geral dos militantes das Novas Gerações da Madeira já em Setembro. Até lá liderará os jovens da direita naquela região", palavras de Diogo Tomás, Porta - Voz das NG.

Nesta Assembleia será eleito o Coordenador do Núcleo e as estretégias para as Novas Gerações na Madeira serão definidas.


(Publicado em Jornal da Nova Democracia)

sexta-feira, junho 15, 2007

PND-MADEIRA RECEBEU SINDICATO DE VIGILANTES











PND acusa governo de cumprimentar com chapéu alheio ao distribuir benesses em nome das empresas

Sindicato de Vigilantes não consegue apoio do novo partido no que diz respeito ao cumprimento do decreto legislativo regional


Depois da audiência com o Grupo Parlamentar do BE e da CDU, o Sindicato dos Trabalhadores de Portaria e Vigilantes reuniu-se ontem com o PND. Em causa, o pedido de protecção, aos partidos com assento na Assembleia Regional, para com os trabalhadores que têm vindo a ser penalizados por doarem sangue.

E se da CDU e do BE, este sindicato obteve a garantia de apoio, de Baltazar Aguiar a resposta não foi positiva.

Como explicou Maria José Afonseca, porta-voz da iniciativa, o sindicato tem chamado a atenção para o incumprimento, por parte da empresa Securitas, do decreto legislativo regional, que estipula que os trabalhadores que doam sangue têm direito a 2 dias de folga, sem perda de retribuição.

Portanto, é a análise e rectificação de quaisquer erros que este decreto possa conter, que se pede.

Todavia, e caso o assunto venha a ser discutido no parlamento - tal como garantiram os restantes partidos ouvidos -, o sindicato sabe já que o PND votará contra o diploma.

Até porque Baltazar Aguiar considera que o governo está a cumprimentar com o 'chapéu alheio'' ao oferecer uma isenção ao trabalho a pagar pelas entidades patronais.

"Compreendo que o Estado queira compensar e criar um benefício a favor de quem dá sangue e beneficia a sociedade, mas se quer dar essa isenção, pague com os seus recursos, com o seu dinheiro", realçou o líder do PND.

(Publicado em Diário de Noticias - Madeira)

quarta-feira, junho 06, 2007

QUERO SER O 1º PRESIDENTE DAS NOVAS GERAÇÕES DA MADEIRA






















Rodrigo Henriques, entende que “os jovens encontram-se por vontade própria ausentes, alheados e afastados das questões politicas”. Por tal motivo ele quer ser o primeiro Presidente da Juventude da Nova Democracia na Madeira.


Ele quer “ lançar a primeira pedra, através da realização do 1.º encontro das Novas Gerações onde se aborde, discuta e debata esta problemática do desinteresse e afastamento dos jovens da política”. Lembra “quando tinha 15 anos já sabia que não era de esquerda”. Entre os conceitos de “liberdade”, da direita, e “igualdade”, da esquerda, optou pelo primeiro, porque “a direita coloca muito mais peso na identidade humana, no valor homem”. Mas não deixa de realçar que “a outra face da moeda da liberdade é a responsabilidade”. Hoje, aos 17 anos, expressa abertamente o “muito Orgulho” que tem em ser madeirense e o prazer que sente no “exercício de descobrir, de conhecer coisas novas”.

Conservador “não saudosista” defende que “acima de tudo, na politica é preciso ter muito sentido de humor” O que equivale a “aprender a optar pelo que é importante, mas também é fundamental separarmos o importante do acessório” Na politica, alimenta a convicção de que “a coerência paga” e recomenda que “não serei politicamente correcto”. Este aluno do Colégio Infante Dom Henriques, defende que “uma juventude partidária não pode cingir aos problemas da juventude e esquecer as outras pessoas das camadas todas”. Por isso “quero dar o meu melhor a esta juventude”. Entristece-o “ter objectivos delineados e não conseguirmos atingir esses objectivos”, o que só é compensado” quando percebemos que conseguimos mudar alguma coisas para melhor”. Questionado sobre os principais desafios para a Madeira, realça a educação, o emprego, a segurança (ou a falta dela) o ambiente e a participação cívica.”


(Publicado em Jornal da Nova Democracia)

terça-feira, junho 05, 2007

LISBOA: CANDIDATO FICTÍCIO DO PND NAS ELEIÇÕES DA MADEIRA ESTÁ DE VOLTA









«Manuel Bexiga» quer perturbar campanha de Carmona

O candidato fictício do Partido da Nova Democracia nas eleições de 06 de Maio na Madeira, o «Manuel Bexiga», vai agora marcar presença na campanha eleitoral deste partido para a Câmara Municipal de Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, o actor confirmou ter aceitado o convite feito pelo PND, acrescentando que deverá estar em Lisboa a partir de 11 de Junho.

O papel do agricultor madeirense Manuel Bexiga é interpretado pelo actor madeirense Márcio Amaro, que era o número dois da JSD da Camacha, tendo sido afastado deste núcleo da jota por ter aceitado «trabalhar» para o PND.

Márcio Amaro tem 27 anos, é actor e músico naquela freguesia do concelho de Santa Cruz, e criou, a pedido do PND, a figura popular do Manuel Bexiga, que diz ter sido inspirada na maneira de falar e de agir do líder regional do PSD-M, Alberto João Jardim.

Actor marcou campanha do PND para as eleições na Madeira

Manuel Bexiga e o lema «vamos podar o Jardim» marcaram a campanha eleitoral do PND para as eleições antecipadas que se realizaram na Madeira a 6 de Maio e resultaram na eleição de um deputado desta força partidária.

O «Manuel Bexiga» «acompanhou» algumas das inaugurações efectuadas pelo presidente do governo regional demissionário durante o tempo de campanha eleitoral e foi novamente contratado pelo PND para marcar presença nas acções de propaganda de Carmona Rodrigues, que se recandidata à presidência da Câmara de Lisboa.

O Manuel Bexiga com o seu barrete de vilão, botas de água e a foice ao ombro, com humor, vai questionar das decisões polémicas tomadas por Carmona Rodrigues, que resultaram na sua demissão e consequente convocação de eleições intercalares.

«Ainda não posso adiantar muitos pormenores. Devo inicialmente ficar durante uma semana e, se as coisas correrem bem, regresso em Julho para a recta final da campanha eleitoral», disse.

«Acredito que haverá grande expectativa sobre a minha participação. Quanto a sucesso, logo veremos, pois é preciso ter em conta que interpretei o papel de uma figura do povo na sua própria sociedade, os lisboetas poderão encarar o papel de forma diferente», adiantou Márcio Amaro.

Acrescentou que ainda não tem as sátiras construídas para apresentar em Lisboa, referindo que ainda aguarda o envio do «material, alguns aspectos negativos, que, à semelhança do que aconteceu na Madeira, serão relatados no decorrer das acções de campanha».

Se tudo acontecer na Madeira, o Manuel Bexiga levará humor e sátira à campanha eleitoral para a maior câmara do país.


(Publicado em Portugal Diário)

domingo, junho 03, 2007

QUEIXA CONTRA JORNAL DA MADEIRA - NOVA DEMOCRACIA MADEIRA











Eleições Regionais 2007, Eleições viciadas


Este relatório contem um breve resumo do conteúdo do Jornal da Madeira durante esta época de pré campanha e campanha eleitoral.
O resumo pretende demonstrar a parcialidade do contexto editorial na qual são inseridas as duas páginas dedicadas à campanha eleitoral, que são divididas entre os sete partidos.
Torna-se evidente que as páginas dedicadas à cobertura da campanha são reduzidas e insignificantes em comparação ao espaço dedicado a Alberto João Jardim e às suas declarações.



Segue-se uma breve análise do principal conteúdo do JM.


Primeira Página

Encontramos invariavelmente na primeira página uma fotografia de Jardim, geralmente numa inauguração, com o título que transmite a principal mensagem que Jardim proferiu.
Note-se que mesmo quando se trata de uma inauguração, Jardim aproveita a ocasião para insultar, denegrir e manipular a imagem de outros partidos, ora durante a cerimónia, ora à margem da cerimónia. Estas declarações são fielmente transcritas com destaque na primeira página.
Jardim tem feito grande uso da sua imunidade política para sistematicamente insultar e caluniar pessoas gratuitamente. Em contrapartida leva a tribunal quem ousa o criticar, ás vezes por declarações inócuas.
È frequente as declarações de Jardim serem usadas como títulos, sem que sejam usadas aspas. Segundo as elementares regras de gramática e comunicação, estas declarações passam então a significar o ponto de vista do próprio Jornal, que desta forma se identifica com Jardim.
As chamadas de primeira página sobre a oposição são poucas e sempre negativas. Por exemplo “PS da Madeira desautorizado pelo PS de Lisboa”, 22 Abril, ou “Governo queixa-se do PND à Polícia”, 28 Abril. È de notar que a história sobre o PS que mereceu grande destaque no dia 21 de Abril é repetida, novamente com grande destaque, no dia 22 sem que houvesse alguma grande novidade.


Boca Pequena, Segunda Página

Esta rubrica apresenta-se como sendo um cartoon, com um texto escrito pela redacção. Como tal, representa fielmente a visão e a opinião da sua redacção. É um “cartoon”, desprovido de piada, que apenas transmite uma mensagem
telegráfica e muitas vezes caluniosa sobre os visados.
No período abrangido, estas “bocas” foram todas dirigidas ao PS-Madeira e a específicos políticos desse partido, salvo uma contra o Paulo Portas.


Páginas dedicadas à actividade de Jardim

Basta dizer que geralmente são as páginas que receberam destaque na primeira página e que ultrapassam em numero, espaço e destaque, as duas páginas dedicadas à campanha.


Artigos de Opinião

Naturalmente que todos são livres de expressar a sua opinião, mas não deixa de ser extraordinário que todos os comentadores políticos sejam do mesmo partido e que todos usem o seu espaço para bajular o PSD-Madeira e criticar (ou insultar) a oposição. Não existe aqui qualquer critério de pluralismo.


Social/Penúltima Página

Esta página dedicada a fotos de ocasiões sociais é mais uma vez dedicada à vida social de Alberto João e outras figuras do Governo e do Partido. É frequente serem da festa de alguma inauguração.


Conclusão

Basta folhear brevemente qualquer edição deste Jornal para perceber que, tanto em termos visuais, como em termos de textos e tratamento, existe uma gritante parcialidade na sua linha editorial, no sentido de favorecer o partido do poder.
Desde o início da década 90 têm sido feito queixas a apontar a parcialidade do Jornal da Madeira, que actua como um órgão de propaganda do PSD Madeira, financiado pelo erário público, sem que alguma vez os órgãos de estado tomassem uma posição firme contra este abuso.
A entidade Regularizadora da Comunicação Social absteve-se de endereçar as queixas apresentadas e de publicar a consequente decisão.
Todavia, como resultado das várias queixas, o Jornal da Madeira está a ser monitorizado por esta entidade. Infelizmente, não são conhecidos os critérios usados para esta monitorização, nem quando este trabalho será concluído ou se chegará a tirar alguma conclusão, pelo que se torna um exercício completamente opaco e inútil.
No dia 14 Março 2007, todos os deputados do Partido Socialista, do CDS-PP e da CDU na Assembleia Regional da Madeira enviaram um abaixo-assinado dirigido à Entidade Regularizadora da Comunicação Social, acusando o Jornal da Madeira de ser um órgão de comunicação social “que é mantido artificialmente no mercado por avultados apoios públicos, exclusivamente para servir a propaganda política do PSD-Madeira e, mais objectivamente, do Dr. Alberto João Jardim”. Pediram um fim da politização do Jornal.
O abuso do Jornal para fins de propaganda eleitoral a favor do partido no poder, não é um acto isolado, e insere-se em todo um sistema de abuso dos poderes do estado e das Câmaras para beneficiar uma candidatura.
O acto mais representativo deste abuso são as inaugurações eleitoralistas, que são diárias em época de eleições e onde é frequente os empreiteiros servirem refeições à população, as Câmaras e Juntas de Freguesia organizarem o transporte para os fieis do partido do poder, e os políticos proferirem discursos políticos em que enaltecem a sua “obra” e que aproveitam para denegrir, insultar, ameaçar e incentivar a população presente a agredir fisicamente os seus “inimigos”, os reais e os fictícios.
Existe assim todo um ciclo de actividade eleitoralista partidária, feito com dinheiro do erário público, que culmina com a sua representação orquestrada para fins de propaganda, nas páginas do Jornal da Madeira - distribuído de borla por grande parte da população.


Resumindo:

Não existem eleições livres, democráticas e equitativas na Madeira e o estado tem sido cúmplice em alimentar esta situação ao longo dos anos, falhando na sua missão de salvaguardar o livre exercício da democracia e dos nossos direitos cívicos, políticos e económicos.






sexta-feira, junho 01, 2007

DEPUTADO BALTASAR AGUIAR DA NOVA DEMOCRACIA - ENTREVISTA



















“Qualquer dia o PSD vai propor que os deputados da oposição sejam meros observadores”

Na semana em que se estreou como deputado na ALM, Baltasar Aguiar insurge-se contra as alterações ao regimento.

O parlamentar do PND garante que não mudará o seu discurso, independentemente das críticas que possa sofrer: “Vamos continuar a apresentar as nossas ideias com a linguagem que seja politicamente mais eficaz.”

Tribuna – Estava à espera de ser eleito deputado?

Baltasar Aguiar – Era um dos resultados possíveis. Não tínhamos expectativas especiais, contávamos com tudo. Na campanha tivemos muitas mensagens de apoio mas, pouco antes das eleições, houve sondagens que não nos incluíam ou davam uma percentagem que não permitia a eleição. Ficámos na expectativa para ver o que poderia acontecer no dia das eleições.

Mas a nossa campanha não se centrou em resultados. Quisemos usá-la para fazer passar uma mensagem política: o problema de liberdades cívicas, de qualidade da democracia - se é que a há, e a denúncia do uso por parte do partido do poder dos meios do Estado para fazer propaganda.

Não faz sentido discutir a autonomia se estas questões não forem resolvidas primeiro. Gostaríamos muito que estas tivessem sido as últimas eleições em que foram usados meios públicos para fazer campanha. Esperamos que a nossa participação tenha contribuído para desmotivar essa prática.

Tribuna – Apesar do resultado obtido pelo PND, a oposição saiu fragilizada destas eleições. Como se explica isto?

BA – Pela eficácia da propaganda do GR, que usa meios públicos para fazer campanha. Outra razão foi a Lei das Finanças Regionais, com base na qual foi criada uma querela com o continente e um debate fictício.

É uma das mentiras que repetidas muitas vezes se tornam verdade. Os madeirenses votaram massivamente em Jardim, mas a Lei continuará igual. Foi feita uma exploração da vitimização que movimentou os madeirenses no sentido de votar no PSD. Mas este resultado é enganador.

Quem ganhou as eleições foi José Sócrates. Por cada voto que perdeu aqui, ganhou 10 no continente. Lá afirma-se como o homem que enfrentou Jardim e que afirma a autoridade do Estado, mesmo com prejuízo do seu partido. No continente isto tem um valor que só estando lá se pode perceber.

“Quem se vai arrepender são os que votaram no PSD”

Tribuna – Mas nos resultados eleitorais verificados na Região não poderá haver também demérito da oposição?

BA – Não acho que os governos caiam por mérito da oposição. Caem porque se autodestroem, fruto do desgaste próprio. Na Madeira isso ainda não aconteceu porque estão criadas as condições para que assim seja.

A RTP/M é controlada pelo GR. Não tem uma investigação jornalística e os debates são reduzidos, com comentadores muito controlados e um nível muito baixo. A liberdade da comunicação social é muito insípida. Um exemplo é o Jornal da Madeira, que difunde tudo o que é a doutrina do PSD.

Além disso, não há uma sociedade civil activa e participativa. É muito tradicionalista e incapaz da crítica e da afirmação, está cheia de medo. Criou-se uma espécie de unanimismo à volta dos valores da autonomia, que foram colados aos do PSD. A isto acresce o facto de o PSD ter meios que nenhum outro tem. Perante isto, muito dificilmente o GR se desgastará.

Tribuna – No dia das eleições, o dirigente bloquista Paulo Martins afirmou que as pessoas se iriam arrepender de ter votado nos partidos pequenos. Como interpreta estas declarações?

BA – Compreendo o desespero de um líder partidário que viu diminuir a sua presença parlamentar, mas tenho dificuldade em comentar essa afirmação. Antes de mostrar qualquer tipo de ressentimento em relação ao eleitorado, as pessoas devem sujeitar-se à auto-crítica e à auto-análise séria.

Penso que se há alguém que se vai arrepender são as pessoas que votaram no PSD. Quem votou na oposição, mesmo nos partidos mais pequenos, não terá razões para o fazer. O grande problema na Madeira não é o aparecimento de forças políticas na oposição, mas sim o crescimento do PSD.

“Liberalização do porto será prioridade”

Tribuna – De que forma serão travadas na Assembleia as lutas já anunciadas pelo PND durante a campanha, nomeadamente a questão dos portos, da RTP e do JM?

BA – Faremos propostas legislativas e fiscalizaremos a acção do GR. Para além destas causas, defenderemos as liberdades políticas e cívicas e a igualdade de oportunidade para todos. Uma das nossas bandeiras é o fim do clientelismo e do favorecimento de grupos económicos à volta do GR.

Sobre os portos propusemos a realização de um referendo. Mas, antes, queremos apresentar um decreto legislativo para a sua liberalização. Trabalharemos o assunto, ouvindo todas as pessoas envolvidas e faremos um estudo comparado sobre regimes jurídicos de portos semelhantes.

Isto demorará tempo porque temos de fazer uma análise profunda: queremos fazer um projecto com pés e cabeça e que seja minimamente respeitável e consistente. Essa será uma das nossas prioridades, sendo um trabalho que gostaria de concretizar até ao final do ano, se possível.

Tribuna – Como analisa as alterações que estão a ser faladas ao nível do regimento da Assembleia?

BA – Condicionarão o papel da oposição, que não poderá fazer nada sobre isso, já que as mudanças são determinadas e votadas pelo PSD. As normas do regimento fazem parte dos valores sagrados da autonomia e não deviam ser mexidas com esta leviandade. A diminuição dos direitos da oposição é um passo atrás, que gerará mais descrença em relação ao Parlamento.

Tribuna – Tendo em conta que o PSD é mais uma vez o partido maioritário na Assembleia, como se explica esta intenção de mudar o regimento?

BA – Não havia necessidade de o fazer e não consigo interpretar isto à luz de qualquer explicação racional. Qualquer dia, o PSD vai propor que os deputados da oposição tenham um estatuto de meros observadores, sem direito a voto e, se se portarem mal, são evacuados da sala para os passos perdidos.

“PND terá rotatividade de deputados”

Tribuna – O trabalho a ser desenvolvido pelo PND na Assembleia seguirá o estilo que foi mostrado durante a campanha?

BA – Vamos continuar a apresentar as nossas ideias com a linguagem que seja politicamente mais eficaz. É interessante que o presidente da Assembleia fique ofendido com o nosso tipo de campanha e isso já não aconteça em relação às afirmações feitas pelo presidente do GR, a quem saudou.

Tribuna – O PND promoverá a rotatividade de deputados?

BA – Se for possível, sim. Temos outros candidatos com qualidade e gostava de partilhar responsabilidades com eles. Alguns manifestaram disponibilidade, outros não tanto, mas ainda não há nada definido.

Tribuna – Por parte de António Fontes, que é o número dois da lista, há disponibilidade?

BA – Ainda não discuti com eles. Vamos reunir nos próximos dias para falar sobre isso.

Tribuna – Já afirmou várias vezes que a democracia não existe na Madeira...

BA – Não é que não exista, porque nós cumprimos os seus rituais. Mas isso não basta.

Tribuna – Mas então não poderá ser visto como um contra-senso fazer parte do principal órgão da democracia na Região?

BA – Já me perguntaram se eu considerava que estas eleições tinham tido um resultado ilegítimo e eu disse que sim, ao que me responderam que a minha eleição então também tinha sido ilegítima.

A verdade é que eu não fiz inaugurações e campanha usando a máquina do Estado. Não violei a Lei Eleitoral. Talvez a legitimidade da minha eleição esteja em causa, mas a dos outros não o estará ainda mais?

“Parlamento tem de se dar ao respeito”

Tribuna – Mas, perante a ideia que tem da democracia na Madeira, com que sentimento vai trabalhar na Assembleia?

BA – Pelos vistos, não é um órgão tão sério como isso. Ainda hoje (3ª feira) estavam lá todos à gargalhada, numa algazarra valente. Estes órgãos têm o seu estatuto muito diminuído quando são formados deste modo: com base num acto eleitoral viciado, em que houve violação constante da Lei Eleitoral.

Diz-se que não temos um Parlamento que seja respeitado, mas para isso acontecer é o Parlamento que se tem de dar ao respeito. Os candidatos ao Parlamento tinham de se dar ao respeito e cumprir a Lei Eleitoral.

Tribuna – Como vai conciliar a sua função de deputado com a profissão de advogado?

BA – Vai ser difícil, mas terei de o fazer, porque para além do Parlamento tenho ainda funções partidárias. O lado profissional da minha vida vai ser um pouco sacrificado, mas acho que vou conseguir.

Tribuna – Relativamente ao episódio ocorrido durante a campanha, ao contrário do que exigiu na altura, Alberto João Jardim não pediu desculpa pelas afirmações que fez em relação à sua família. Como analisa este caso?

BA – Nem vai pedir desculpa. É um caso triste. Ele é presidente de todos os madeirenses e não deve destacar nenhum para o atingir nem falar de quem não está presente para se defender. Foi isso que mais me revoltou. Tenho a certeza que ele seria incapaz de dizer o que disse na cara das pessoas. Estou convencido que o fez no calor da campanha, mas não deve ser repetido.

Tribuna – Em relação às eleições autárquicas e às legislativas nacionais de 2009, o PND vai apresentar a sua candidatura na Região?

BA – Estou muito interessado nas autárquicas, não sei se o PND estará. Sobretudo, estou muito interessado no que se passa no Funchal. É muito importante encontrar um projecto alternativo para a Câmara. Neste momento, o Funchal é uma cidade sem rumo e moribunda. Para além disso, existem problemas graves ao nível da gestão urbanística.

Sinto que o Funchal precisa de um projecto para os próximos 30 anos e esta Câmara e este GR não o tem. Como tal, sinto-me motivado para fazer todos os esforços para encontrar esse projecto, venha de que partido vier.
“Vou renunciar a reformas e subsídios como deputado”
Tribuna – Qual é a sua opinião sobre as restrições impostas à circulação dos jornalistas na Assembleia Legislativa, nomeadamente ao nível do vestuário?

Baltazar Aguiar – Não sou um árbitro da elegância, mas acho que nunca vi nenhum jornalista mal vestido. Ninguém no Parlamento pode julgar que tem direito a ser um árbitro da elegância, seja quem for. Ninguém tem nada a ver com a indumentária seja de quem for, incluíndo dos jornalistas.

Tribuna – Como será a sua intervenção na Sessão Solene do Dia da Região?

BA – Ainda não pensei no assunto, mas não gosto de coisas chatas. O que direi não surpreenderá as pessoas que votaram em mim, que certamente querem que continue a dizer o que digo. Vou faze-lo em função do que for o interesse político, porque a política faz-se da forma mais eficaz possível.

Tribuna – Gostou do lugar que lhe foi atribuído no hemiciclo?

BA – Há, de facto, uma distribuição muito original de lugares. É uma atitude muito própria do sítio, de tentar escandalizar as pessoas com estas posições. Mas nunca discuti isso, nem os gabinetes que me foram atribuídos. Não estou disposto a perder um minuto que seja nisso. É um disparate.

Tribuna – O seu vencimento como deputado será doado ao partido?

BA – Vou renunciar a reformas e subsídios como deputado. Posso fazer doações do meu salário a quem entender, mas ao partido não porque terá uma fonte de financiamento parlamentar que será usada em questões de interesse político, como estudos para projectos de lei e encontros para discutir assuntos importantes para a Região. Não quero grandes gabinetes nem assessores.


(Publicado em Tribuna da Madeira)






PND LEVA "MANUEL BEXIGA" PARA A CAMPANHA EM LISBOA

















E agora, Lisboa! Depois do furor alcançada nas recentes eleições regionais, a personagem de "Manuel Bexiga", interpretada pelo artista madeirense Márcio Amaro, foi convidada por Manuel Monteiro para participar na campanha das eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa.

Convidado pessoalmente pelo candidato do Partido Nova Democracia (PND) à principal Câmara do país, Márcio Amaro tem assim mais uma oportunidade para demonstrar as suas qualidades artísticas, agora num "meio mais abrangente e com maior amplitude nacional". Sem querer desvendar "grandes segredos", Márcio Amaro diz que "Manuel Bexiga" viajará para a capital na condição de convidado do "Pintas", uma personagem homóloga criada em Lisboa. Na campanha para as intercalares de Lisboa, "Manuel Bexiga" não falará da Madeira mas dará a sua "opinião e revelará o seu ponto de vista sobre os problemas que mais afligem a população da capital".

A deslocação de Márcio Amaro para Lisboa acontecerá na segunda semana de Julho, prevendo-se o seu retorno à cidade alfacinha para a participação nas actividades de fim de campanha.

Apesar de ter sido um dos principais animadores da campanha para as eleições antecipadas para a Assembleia Legislativa da Madeira, a personagem do "Manuel Bexiga" trouxe alguns contra tempos ao autor que a personificou. Com 27 anos de idade e natural da Vila da Camacha, Márcio Amaro foi alvo de uma agressão durante a campanha e viu o seu nome ser censurado nos órgãos da JSD/Camacha, da qual era vice-presidente.

(Publicado em Diário de Notícias - Madeira)