terça-feira, agosto 25, 2009

PND 'desafia' Jardim à porta da 'universidade'


"A forma brejeira e hilariante de governar do Governo Regional é justamente o que se passa aqui no clube de anedotas da chamada 'Universidade de Verão'", disse ontem o candidato do PND às eleições legislativas nacionais, José Manuel Coelho, durante uma conferência promovida junto ao "famoso Bar do Henrique para dar conta do trabalho feito pela "governação jardinista" no Porto Santo nos últimos anos.

Para o candidato, a governação de Alberto João Jardim, que "assenta na irresponsabilidade e no favorecimento de amigos, portanto, numa total ausência de estudos para os projectos que são implementados", pode ser vista "um pouco por todo o Porto Santo". Citando o exemplo das Docas, que foram construídas para que a diversão nocturna não entrasse em conflito com o "sossego dos habitantes e do turismo da ilha", observou que estas infra-estruturas, que custaram "milhões a erário público, estão completamente ao abandono". O mesmo acontece com o campo de volei e futebol de praia que não apresenta actividades de animação ou desporto, acrescentou.

Outro "elefante branco", que foi construído "de uma forma leviana e para satisfazer clientelas e amigos e encher os bolsos a alguns empreiteiros do regime" é o matadouro. Esta obra "não tem utilidade nenhuma" e está abandonada, disse, lembrando que os milhões de euros que ali foram gastos podiam ter sido utilizados para "acudir outras necessidades do Porto Santo, nomeadamente a "pobreza endémica", a "sazonalidade" e até um "pequeno hospital".

Dispositivo policial presente

Um dispositivo policial que mobilizou dois agentes da PSP e outros tantos da Polícia Marítima, terá sido requerido na sequência de um rumor que dava conta da intenção de o PND passear dois porcos com trela pelo areal. O passeio coincidiria com a hora de passagem do presidente do Governo, a caminho do Bar do Henrique. Ao que o DIÁRIO apurou junto de Gil Canha, o passeio dos suínos foi cancelado por razões sanitárias, pois os dirigentes do PND não conseguiram encontrar uma forma que impedisse os animais de satisfizer as necessidades fisiológicas sobre o areal.


Com a devida vénia ao Diário de Notícias-Madeira)

sábado, agosto 22, 2009

PND "ajuda" Jardim












O PND promoveu ontem à tarde uma campanha de solidariedade para ajudar o presidente do Governo Regional a pagar a "renda ingrata" de 10 euros por dia que o Estado português lhe exige por usufruir de umas "férias mais que merecidas" na casa do governo do Porto Santo.Segundo José Manuel Coelho, que apelava, com a ajuda de um megafone, à participação da população junto ao edifício antigo da Câmara do Porto Santo, Jardim não merece ser sujeito a tamanha "ingratidão", pois apesar de estar "reformado", continua a "não descansar, seja dia ou noite, por estar sempre a pensar no bem-estar dos madeirenses e porto-santenses".Por tudo o que fez pela Região, principalmente "estradas e betão", e por ser um "grande governante mundial", ao nível de Obama ou Putin, o PND não pode concordar que Jardim tenha "de pagar do seu bolso" as férias que todos os anos vem desfrutar no Porto Santo.Tal como os presidentes dos EUA e da Rússia, acrescentou, o líder madeirense devia ter direito a uma casa da férias como a que Obama tem em Camp David ou a 'dacha' que Putin usufrui na Crimeia, totalmente suportadas pelo Estado, diz Coelho.

(Com a devida vénia ao Diário de Notícias-Madeira)

Entrevista com José Manuel Coelho












"O nosso sistema judicial é fascista"

Qual a principal razão da sua candidatura? Porque penso que vou ser eleito, porque os madeirenses já estão fartos de deputados cinzentões que, de quatro em quatro anos, aparecem a pedir o voto. Depois, nunca mais se sabe deles. Da Assembleia da República o que aparece são leis que vão prejudicar a vida dos portugueses. A Madeira tem uma quota de seis deputados e os amigos vão para lá e deixam os madeirenses atrás da porta.
Acredita que é possível ser eleito? Acredito. São precisos cerca de 12 mil votos e há muita desilusão e abstenção, sobretudo no grande Funchal. Há muitos jovens desiludidos com a política e que nem sequer votam. Conheço essas pessoas e vou dirigir-me a elas, porta-a-porta. É possível arranjar 12 mil votos.
Vai dirigir-se, sobretudo, aos jovens e abstencionistas? Sim, mas também a pessoas do PSD, que eu conheço, que estão desiludidas com isto. Há pequenos comerciantes que estão afogados em impostos. É preciso lembrar que a dra. Manuel Ferreira Leite esteve no governo de Durão Barroso e que, com o apoio dos deputados do PSD, fez aprovar aquela famigerada lei do pagamento especial por conta. Um imposto que vem asfixiar a maioria dos comerciantes.
Ao nível nacional, verifica-se uma grande bipolarização entre PS e PSD. Para si qual é o mal menor, Ferreira Leite ou José Sócrates? Ambos são políticos do sistema, são as duas faces da mesma moeda. O sistema capitalista tem dois partidos alternativos, o chamado centrão. Enganam os portugueses com a mesma cantiga e com a ajuda dos grandes meios de informação ligados ao grande capital e que vendem políticos como quem vende um sabonete.
A forma como é transmitida a mensagem do PND, através de acções espectaculares, como as classificou, resulta? Resulta, porque as imagens têm mais poder que as palavras. A nossa imagem de marca é através dessas acções e é assim que fazemos passar a nossa mensagem.
Admite fazer algo semelhante na Assembleia da República? Vamos combater o marasmo. Aquela Assembleia não serve os portugueses. A cada legislatura fazem uma nova malfeitoria para esmagar as pessoas. Até os jornalista do DIÁRIO foram vítimas de uma lei do Sócrates. A lei de 2006 permite que as empresas, com menos de 200 trabalhadores, façam despedimentos até um terço dos seus funcionários.
Levaria uma bandeira nazi e um relógio ao pescoço para a Assembleia da República? Naturalmente que na Assembleia da República não se coloca o mesmo problema antidemocrático da Assembleia da Madeira e era descabido levar para lá uma bandeira nazi. A ALM funciona de uma maneira fascista e só dão dois minutos para um deputado falar. Na AR é diferente.
Com esse tipo de acções ainda é possível alargar a base de apoio do PND? É possível, porque as pessoas começam a estar fartas dos dois grandes partidos.
Também não se podem cansar do PND? Não, porque a nossa mensagem é directa e interpreta os anseios das populações. Eu contesto o sistema e esta política de cinzentismo. O PSD e o PS elegem os deputados à Assembleia da República e esses senhores, assim que são eleitos, vão para lá comer, passar bem e ter um bom ordenado e os madeirenses são esquecidos.
Como analisa a acção dos outros partidos mais pequenos? Eles têm ambições de chegar à Assembleia, mas não chegam, porque não têm votos para isso. O discurso deles já está muito conhecido.
Em que é que o PND se distingue desses partidos mais pequenos? Somos corajosos, temos denunciado uma série de questões que os outros não têm coragem de denunciar.
Continua a defender os ideais comunistas? Sim, acredito que o Estado deve intervir na economia e deve haver uma organização científica da sociedade. O mercado não pode estar entregue a si próprio.
Mas o PND também é conotado com a direita. Não, sobretudo na Madeira, onde temos um grupo com pessoas de direita, do centro e da esquerda. Não temos matriz ideológica, somos um grupo de cidadãos que querem combater um sistema iníquo.
É devido a essa abrangência que o PND apoia, nas autárquicas, vários candidatos do PS. Qual a razão para não apoiar Bernardo Trindade? Como trabalhador, estou no desemprego devido a uma lei do Sócrates e não vou apoiar uma pessoa que luta contra a minha classe, que fez leis para me prejudicar? O PS é um partido burguês mas, ao nível autárquico, tem pessoas sérias. Bernardo Trindade representa a burguesia do PS. O professor João Carlos Gouveia é diferente, começou uma luta contra o regime jardinista e os tribunais que estão feitos com o regime, mas depois teve de se calar, porque estava num partido do sistema.
Tribunais que já o condenaram, em alguns processos de que tem sido alvo. Não teme que continuem a mover acções contra si? É a prova de que eu estou no caminho certo. Quando os tribunais deixarem de me perseguir é sinal que já me vendi ao capital. Como combato o sistema, caem em cima de mim. O sistema judicial português é fascista, herdado do fascismo e nunca teve transformações. O 25 de Abril chegou a várias instância de poder do Estado, menos ao aparelho de justiça. Antes do 25 de Abril havia o tribunal da Boa-Hora, onde os juízes julgavam pessoas que eram agredidas pela PIDE e o fascista do juiz não dizia nada.
Ainda há juízes desses a trabalhar? Foram reabilitados e alguns reformados com chorudas reformas. O sistema não expulsou essas pessoas indignas. Claro que não podemos meter tudo no mesmo saco, porque há juízes e delegados do Ministério Público que são pessoas sérias, mas a maioria são pessoas hostis a quem levanta os problemas.
Como interpreta as afirmações de Alberto João Jardim que diz que José Manuel Coelho é usado pelos 'meninos ricos' do PND? Nem tudo o que ele diz é verdade. Eu não sou mandado, dão-me algumas ideias, mas eu faço o que vai na minha consciência. Se o PND me impuser barreiras, como os partidos burgueses fazem, vou para outra luta.
b.i.José Manuel da Mata Coelho tem 56 anos, é pintor de construção civil, tem o 12º ano de escolaridade e encontra-se desempregado. O candidato do PND à Assembleia da República já foi militante do PCP e integrou a Direcção da Organização da RAM (DORAM). Em 1981, visitou a URSS, a convite do jornal 'Pravda'.Durante alguns meses, na actual legislatura, foi deputado na Assembleia Legislativa da Madeira.
Eleições anteriores2007 Regionais 2,08%.

(Com a devida vénia ao Diário de Notícias-Madeira)

PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA CONTRA A RETIRADA DOS PESCADORES DA PRINCIPAL BAÍA DE CÂMARA DE LOBOS