domingo, abril 22, 2007

PODAR O JARDIM É A PROMESSA DO "PRESIDENTE" DO PND MADEIRA

















Por achar que a Democracia na Região é uma farsa, a candidatura resolveu montar uma farsa a sério

A candidatura do Partido da Nova Democracia (PND) andava a prometer uma campanha pouco convencional e, ontem, na inauguração da sua sede eleitoral, começou a corresponder às expectativas. Uma pequena multidão juntou-se na Rua do Aljube para ver a chegada de 'Manuel do Bexiga', um candidato a presidente do Governo a brincar, num Chevrolet descapotável. Por considerar que a Democracia que existe na Região "é uma farsa", aquele partido montou um espectáculo para "acordar a sociedade civil". A chegada do 'candidato' foi anunciada pela voz de um imitador de Alberto João Jardim e por música sul-americana. 'Manuel do Bexiga' chegou de fato, barrete de orelhas e botas de água. Ao ombro, trazia uma foice, se calhar porque um dos objectivos da candidatura, expressos numa faixa pendurada na sede de campanha, é "podar o jardim". Acompanhado por quatro jovens beldades, que distribuíam bombons, e por um secretário, munido de um garrafão, o candidato fez a sua primeira promessa à saída do carro: "Se eu for eleito, vou dar vinho seco e espetada a toda a gente e todos os dias. Vai ser uma alegria". O candidato que "vai salvar a Madeira" e vai "trazer ucranianos para jogar no Marítimo" surpreendeu e animou dezenas de madeirenses e turistas, que pararam alguns minutos para assistir ao seu discurso, empoleirado em cima de uma cadeira, em tudo semelhante ao que fez Jardim no mesmo local há poucos dias. Quem parece que não gostou foi o cónego Manuel Martins, que chamou a polícia. A animação acabou por durar apenas 25 minutos. No passeio alguém comentava que "as regras são apenas para alguns".


(Publicado em Diário de Noticias - Madeira)



PND QUER JORNAL DA MADEIRA FECHADO ATÉ 6 DE MAIO














Joel Viana, em nome do PND, fez um apelo ontem, em frente ao Jornal da Madeira, para que o Governo e a Diocese encerrem aquele órgão de informação até ao dia 6 de Maio. Essa é, no entender do partido, a forma de garantir que as eleições são "livres e democráticas".
No entanto, Joel Viana disse que seria pertinente a reabertura do Jornal, "mas atendendo a uma linha editorial que fosse verdadeiramente independente e imparcial", e assim considerada por todos os partidos.O PND defende o encerramento, por duas razões. Considera "confirmada a insustentabilidade" do Jornal e que não está garantida a pluralidade do mesmo. Quanto à insustentabilidade, Joel Viana recordou os "quase três mil contos" que o Governo gasta por dia, numa operação que "serve quem está no poder e os directores" do Jornal. Além disso, as "vendas têm valores bastante baixos".
(Publicado em Diário de Noticias - Madeira)

PND QUER "LOW COSTS" DOS SUPERMERCADOS















O PND denuncia a "capelinha" criada à volta de três grandes cadeias de supermercados na Região.Numa iniciativa junto a uma grande superfície, em São Martinho, Joel Viana, candidato da Nova Democracias à Assembleia Legislativa da Madeira, criticou o facto de ter sido negada, há alguns anos, licença a uma cadeia com preços baixos que pretendia instalar-se na Madeira.Joel Viana sublinhou que não há qualquer "moral" para negar a entrada a algumas empresas na Região quando as de cá vão investir no continente.A Nova Democracia assume assim como uma das suas bandeiras políticas a luta pela liberalização económica, prometendo tudo fazer para possibilitar a instalação de supermercados na Madeira de "linha branca", permitindo aos madeirenses um nível de vida melhor.

(Publicado em Diário de Noticias - Madeira)

PND DENUNCIA "CAOS URBANISTICO"














Os principais candidatos às próximas eleições legislativas regionais, do Partido da Nova Democracia deslocaram-se no final da manhã de ontem à zona dos Reis Magos, onde criticaram o "caos urbanístico" que se regista na Madeira, particularmente no local visitado.Gil Canha criticou fortemente a intervenção efectuada nos Reis Magos que levou à quase destruição de um importante património arquitectónico. O candidato do PND não se coibiu de criticar vários pormenores da intervenção feita naquela zona, nomeadamente a construção do restaurante que apresenta "uma escala completamente descabida" e com traços arquitectónicos "completamente desadequados", numa zona que deveria ser aproveitado para mostrar um pouco de História.
(Publicado em Diário de Noticias - Madeira)

PND: INCOMPATIBILIDADES SÃO FIM DE NEGÓCIOS ILEGAIS


















O novo regime de incompatibilidades tem duas implicações directas: acaba com "negócios ilegítimos" de deputados e demonstra que o PP está ao lado do PSD. Estas são as conclusões do Partido da Nova Democracia. Ontem, junto à Assembleia Legislativa, o primeiro candidato do PND disse que as novas regras põem fim "a uma prática indecorosa que fez florescer, à sobra deste parlamento, fortunas colossais e negócios ilegítimos". Além disso, o novo regime de incompatibilidades revela a posição do PP em São Bento. Baltazar Aguiar lamenta que o seu anterior partido tenha votado ao lado do PSD, contra as incompatibilidades. "Depois do 'nim' à Lei de Finanças regionais", este voto do PP representa "mais um violente soco dado na barriga de todos os madeirenses".

domingo, abril 15, 2007

PND CONTRA ATENTADOS EM CÂMARA DE LOBOS














Gil Canha foi o porta-voz do PND contra os "atentados urbanísticos" no concelho de Câmara de Lobos.Os candidatos da Nova Democracia estiveram no Estreito onde viram "monstros de betão", em locais que "outrora tinham latadas de vinha".Do mesmo local, avistaram ao fundo o Cabo Girão, tendo comparado o que lá está a acontecer ao Líbano ou a um rancho venezuelano.Gil Canha referia-se ao empreendimento Encosta do Cabo Girão. Ali "havia uma mancha florestal e um local aprazível". Mais abaixo ainda, e para servir o empreendimento, na acusação do PND, está a ser construída uma estrada com "um grande paredão".Ao conjunto daquela zona, Gil Canha chama "uma autêntica vergonha".Câmara de Lobos foi apenas o exemplo dos atentados urbanísticos que vão acontecendo um pouco por toda a Região.

NOVA DEMOCRACIA APRESENTA LISTA MAIS JOVEM


















O Partido da Nova Democracia (PND) apresenta a única lista cuja média de idades dos candidatos é inferior aos 40 anos. Os elementos da candidatura encabeçada por Baltasar Aguiar têm em média 37 anos. O PSD surge no outro extremo, com uma média de idades de 47 anos. O envelhecimento da lista social-democrata é ditado pela opção de colocar os presidentes de todas as juntas de freguesia a preencher os lugares não elegíveis. O resultado seria outro se fosse seguida a estratégia de anos anteriores, com a indicação de elementos da JSD para algumas daquelas posições. As médias etárias das restantes candidaturas são as seguintes: PS 40 anos, Movimento Partido da Terra 42 anos, CDU 44 anos, CDS/PP 45 anos e Bloco de Esquerda 45 anos. A média global das idades dos 658 candidatos nestas eleições é de 43 anos. A título de curiosidade, entre os dez candidatos mais idosos, sete estão integrados na lista do CDS/PP (Raul Rodrigues, na foto ao lado, é um deles). O 'top ten' fecha com um representante do PSD, um do PS e outro do MPT.
(Publicado em Diário de Noticias da Madeira)

PEQUENOS PARTIDOS ESCANDALIZADOS COM OS MILHÕES DE PSD E PS EM TEMPO DE CRISE






















Social-democratas e socialistas estimam não gastar os valores orçamentados, pois estão a seguir uma "lógica de contenção de custos"


Escândalo, vergonha extravagância, megalomania, contradição, gritaram ontem os pequenos partidos ao comentarem os milhões que PSD e PS perspectivam gastar na campanha eleitoral para as legislativas regionais de 6 de Maio."É um verdadeiro escândalo as verbas astronómicas que vão gastar", observou a bloquista Guida Vieira, questionando a decisão do PS de pretender "gastar tanto dinheiro quando foi o Governo Central a cortar verbas à Madeira em nome do rigor orçamental". Apelando aos eleitores para julgarem esta "verdadeira vergonha" na altura certa, Vieira disse também não compreender "como é que o PSD vai gastar milhões quando diz que a Madeira não tem dinheiro". Ao contrário do que Alberto João Jardim disse, o PSD não vai "dar um exemplo de modéstia, de contenção e de poupança, por causa da crise", lembrou depois o comunista Edgar Silva. Em vez disso, verifica-se mais uma "contradição escandalosa". O caso do PS "não é tão grave" pois teve outro procedimento, observou. Continua a "haver esbanjamento, mas o certo é que não assumiu um compromisso de contenção", recorda, sublinhando que "fazer o oposto é brincar com as pessoas, como se não tivessem memória". O cristão-democrata José Manuel Rodrigues também gritou "escândalo". Como é que o "PSD e o PS, que são os responsáveis por estas eleições antecipadas, porque deixaram partidarizar as relações entre a Região e a República, com base no argumento da falta de dinheiro, vêm agora gastar rios de dinheiro na campanha", questionou. Por isso, a 6 de Maio, os eleitores deviam castigar o "partido que provocou as eleições (PSD) por causa da falta de dinheiro e gastou milhões de euros na campanha" e não esquecer que "o PS, que tem responsabilidades nesta matéria, só gastou um pouco menos". Para João Isidoro, do Movimento Partido da Terra, mesmo tendo em conta "os orçamentos são avaliados por cima", os valores são um "exagero" e pecam pela falta de "equilíbrio e bom senso" que se impunha "num tempo de crise" como o actual. Mas o que surpreende mais "é o maior partido da oposição perspectivar gastar sete vezes mais que nas últimas eleições quando sempre criticou os gastos de campanha do PSD". "Penso que esta tendência de tentar ser igual ao PSD em termos de imagem, de custos, de campanhas megalómanas, não prestigia um partido que se diz querer ser diferente uma vez no poder, sentenciou.Baltazar Aguiar, do Partido Nova Democracia (PND) conta apresentar amanhã o 'seu' orçamento e divulgar na mesma ocasião a origem do dinheiro. "Convido todos os partidos a fazer o mesmo", apelou, considerando que "os eleitores têm o direito de saber o que está por detrás dos partidos e quem os sustenta" antes das eleições. Sobre os milhões orçamentados por PSD e PS: "São números absolutamente extravagantes. Deviam poupar, atendendo à crise do país", considerou. Jaime Leandro e Armando Abreu, os responsáveis, respectivamente, pelas finanças socialistas e social-democratas, explicaram que os orçamentos dos seus partidos foram "nivelados por cima", por forma a dar resposta a eventuais exigências que possam surgir no decurso da campanha e sem infringir a lei. Ambos estimaram não vir a gastar os valores revelados ontem pelo DIÁRIO, até porque estão a seguir uma "lógica de contenção de custos".
(Publicado em Diário de Noticias da Madeira)

OBRAS À PRESSA NÃO SÃO DIGNAS DE PAÍS CIVILIZADO














Fazer "obras à pressa" com "fins eleitorais" é uma atitude indigna de "um país civilizado", observou ontem Baltazar Aguiar, Partido da Nova Democracia (PND), denunciando o caso do viaduto do Campo da Barca."Nenhum país civilizado aceitaria que se "apressem obras com prejuízo da própria qualidade da construção e das finanças públicas, porque aumenta o custo da obra", para coincidir com o "período eleitoral", disse o dirigente, manifestando a sua "indignação" por tudo isto estar a acontecer um pouco por toda a Madeira.Neste sentido, Baltazar Aguiar exortou "todos os madeirenses a juntarem-se" ao PND e a tomarem a mesma "atitude de repulsa cívica contra este tipo de conduta governamental"."Nenhum país do primeiro mundo aceita isto", sublinhou.
(Publicado em Diário de Noticias da Madeira)

MADEIRA












Com a recente demissão de Alberto João Jardim, chegou ao fim um ciclo político na Madeira – o do despesismo.

É verdade que houve muito investimento nos últimos anos, mas muito dele é não reprodutivo. Gastou-se dinheiro apenas por gastar, muitas vezes apenas para contentar determinada clientela amiga do Governo Regional que necessitava de obras para manter os níveis de facturação.

Foram construídas muitas vias de comunicação que contribuíram para aproximar os madeirenses e fomentaram a economia, mas paralelamente houve muito dinheiro mal gasto, em infraestruturas perfeitamente inúteis, para já não falar nas avultadas verbas gastas no controlo de meios de comunicação como jornais ou rádios ou em clubes de futebol!

É sintomático que com os cortes orçamentais actuais já tenha sido abandonado mais um projecto megalómano, o do Oceanário do Funchal! Viria juntar-se a outros projectos de carácter lúdico ou turístico que estão perfeitamente às moscas, em muitos casos não cobrindo sequer os custos de funcionamento como o Aquário e o Centro Ciência Viva de Porto Moniz, o Madeira Story Center do Funchal ou o Parque Temático de Santana.

A este propósito é bom relembrar que não sendo formalmente obras do Governo Regional, todas estas iniciativas foram realizadas por Sociedades de Desenvolvimento ou outras empresas criadas para tornear as normas orçamentais relativas a endividamento. E segundo o Tribunal de Contas relatava recentemente, oito delas estão falidas!

Chegou a hora de mudar!

Mas os partidos do sistema já mostraram que são idênticos ao PSD e escolhê-los seria ter “mais do mesmo”. Nestas Eleições Regionais há uma verdadeira alternativa: um partido que ousa colocar em causa os avultados gastos dos outros nesta campanha, um partido que faz uma lista completamente ao contrário da habitual lógica partidária, com inúmeros independentes nos lugares cimeiros, um partido que pede o fim do despesismo, que defende o fim dos monopólios económicos existentes na Madeira e uma liberalização da economia madeirense.

Esse partido é o PND – Nova Democracia.

Os madeirenses têm a palavra. Se quiserem mesmo a mudança, a resposta é simples! PND!


Rectificação: Segundo informação que recebemos, o Madeira Story Centre, não deverá ser de forma alguma conotado como sendo mais um projecto de carácter lúdico pertença do Governo Regional da RAM.
É um projecto 100% privado e contrariamente ao afirmado, segundo a e mpresa proprietária não está às moscas.
(Publicado em Editorial do jornal do Democracia Liberal)

terça-feira, abril 03, 2007

POLÍTICA DO "BETÃO, BOLA E BORGA" LEVOU A MADEIRA À CRISE














Baltazar Aguiar afirma haver muito fumo de corrupção na Madeira, e dá os exemplos da Fundação Social Democrata e dos "meninos do carro preto"


DIÁRIO: Em que momento decidiu avançar com a candidatura do PND?

Baltazar Aguiar: Foi cerca de 15 a 10 dias antes de a ter anunciado. Eu estava decidido a só concorrer se conseguisse apresentar uma candidatura que fosse uma evolução e um crescimento relativo à candidatura ao parlamento nacional. Eu só tive essa garantia quando, tendo convidado Gil Canha e outras pessoas, elas me deram a sua aceitação para concorrer.

DIÁRIO: A decisão de que o PND deveria concorrer foi sua...

BA: Não. Foi uma decisão colectiva. Foi uma decisão debatida entre mim, o Gil Canha, o António Fontes e outras pessoas que compõem a lista, designadamente o Eduardo Welsh.

DIÁRIO: vê-se na lista do PND, que é bem de direita, gente conotada com a esquerda...

BA: Eu não sei o que é que é ser bem de direita. Eu sei o que significa ser de direita. Há muitas direitas. O PND é um partido da direita democrática, sobretudo da direita dos valores. Eu estou convencido de que nenhum democrata, independente, socialista mesmo, nenhuma pessoa de outro cerdo político pode ter qualquer tipo de prurido ou dificuldade em aliar-se e em intervir numa lista de um partido da direita democrática e dos valores.
E há na Madeira razões especiais para que isso aconteça.

DIÁRIO: Quais são?

BA: As razões são conhecidas. A Madeira vive numa espécie de pântano político. Temos um poder cheio de vícios e uma oposição estafada e envelhecida que não é capaz de o substituir.

DIÁRIO: A oposição em geral?

BA: Há líderes da oposição regional com 30 anos de poder partidário. E há líderes com quase dez anos de poder partidário sem resultados. Há uma espécie de cristalização da nossa oposição.

DIÁRIO: Dá jeito pessoal a quem desempenha tais funções?

BA: Há uma coisa que é evidente. Uma parte desses partidos limita-se a fazer um discurso de oposição meramente formal. Oposição que frequenta os lugares costumeiros, que reduz a política à frequência institucional do parlamento e tem um discurso que não atrai a população, não belisca o Governo, nem cria soluções alternativas.

DIÁRIO: Refere-se ao PP, ao PS...?

BA: Também a esses partidos. Este tipo de oposição formal criou uma sociedade sem solução.

DIÁRIO: Está a falar do novo ciclo que diz ser necessário?

BA: Claro. Eu gostava que algo ficasse bem esclarecido. Não é nada fácil fazer oposição na Madeira e fazê-lo tem consequências. Mas isso não poderá ser desculpa para se fazer na mesma oposição durante 30 anos.
Tantas vezes aparecem a público factos graves, questões importantes que a oposição nem quer discutir. Toda a oposição.
Os políticos e a oposição falam muitas vezes uns para os outros. Ora o que nós queríamos aqui era procurar introduzir uma nova forma de intervenção, um novo tipo de debate político, com a utilização de um outro tipo de linguagem. Mais directa, mais viva.

DIÁRIO: Esse é o objectivo da candidatura? Se não eleger deputados e o conseguir, já é bom?

BA: Qualquer resultado do qual não resulte a constituição de um grupo parlamentar é para nós um mau resultado. Nós achamos que a sociedade civil madeirense precisa de pessoas como eu, como o Gil, como o António Fontes e como o senhor Coelho a combaterem politicamente no parlamento.

DIÁRIO: Acredita mesmo na eleição de pelo menos um deputado?

BA: Eu não disponho de sondagens. Mas eu não preciso delas. Eu preciso é da minha vontade. Isto é um jogo que se tem de jogar. Não vamos entrar neste jogo para desistir à segunda ou terceira jornada.

A nossa intervenção política também tem consequências na nossa vida. Ou nós não sabemos como é que as coisas funcionam? Na minha vida, na vida do Gil Canha. Olhe, na vida do António Fontes, que vem de uma família tradicionalmente social-democrata, ligada aos grandes privilégios do Governo, e que teve a coragem de dar o nome nesta lista.

DIÁRIO: Quais vão ser os assuntos principais da vossa campanha? Já falaram do JM, do Porto do Funchal...

BA: Que uma coisa fique clara: o Jornal da Madeira é uma chaga regional. Os políticos regionais ou aceitam conviver com a chaga ou fecham-na. O que é que fizeram estes senhores da oposição e do poder quanto a isso? Porque é que ninguém tomou uma medida concreta para fechar esse Jornal?

DIÁRIO: Porque é que acha que foi?

BA: Não sei. Pergunte-lhes. Eu fui a primeira pessoa a fazer um comunicado à frente do Jornal da Madeira a acusar o jornal de ser um órgão do Governo. Agora só tenho a dizer: aquilo tem de fechar.
No entanto, o Jornal é uma coisa menor. O que nós queremos debater nesta campanha são as questões relacionadas com o estabelecimento de um verdadeiro Estado de Direito na Madeira.
Queremos liberdade económica total, sem monopólios proteccionistas ou favorecimentos, e liberdade política e de imprensa.
E a corrupção? Não somos como certas pessoas, por exemplo o Dr. Guilherme Silva, que quando fala de corrupção fala do continente. Olhe eu vou ler aqui uma passagem da intervenção dele, na AR, a propósito da corrupção: 'Nesta matéria não abdicamos da exigência de que todos sem excepção suscitem os seus efectivos poderes, no âmbito das suas competências legais e constitucionais, com a firmeza que se impõe num combate sem tréguas à corrupção, que queremos implacável e exemplar'. Nós dizemos isto na Madeira. Juntaremos todas as nossas forças num combate sem tréguas à corrupção, que queremos implacável e exemplar.
Vou dizer-lhe mais. O PSD [nacional] apresentou um projecto de revisão constitucional contra o crime do enriquecimento ilícito. Está subscrito também pelo deputado Guilherme Silva. Eu quero perguntar se querem levar a efeito esta legislação aqui na Madeira, para combater os enriquecimentos súbitos e inexplicáveis na Madeira. As pessoas dizem que aqui na Madeira não há casos de corrupção. Não há? Mas há fumo por todo o lado! Isto está cheio de fumo. Eu vou dar-lhe casos.
A Fundação Social Democrata. Um património de milhões. Proprietária de dezenas de prédios. Um prédio por cada freguesia, tem o PSD. Quer outro exemplo? Os empresários políticos. Normalmente ligados a licenciamentos dados pelo poder. A fornecimentos de bens e serviços à Região e a obras públicas.

DIÁRIO: Está a falar de Jaime Ramos?

BA: Naturalmente, estou a falar de toda essa gente. Temos de pôr o nome às pessoas. O grupo do senhor Jaime Ramos enriqueceu e engordou na Madeira de uma forma exponencial nos últimos anos, a olhos vistos. Como é que se explica essa fortuna? E as pessoas não se podem esquecer que ele é simultaneamente o secretário-geral do PSD, membro destacado da Fundação Social Democrata, o líder da bancada do PSD, o homem que manda na máquina social-democrata. E que entrou na política com tanto dinheiro como eu tenho e está milionário.
Quer outro exemplo? Os meninos do carro preto. Este escandaloso nepotismo regional de todos os meninos ou da maioria dos meninos das altas figuras do partido do poder, terem um lugar assegurado no Governo, nas autarquias e nas empresas públicas, por exemplo nas sociedades de desenvolvimento. E você não vê nenhum menino do carro preto no desemprego. Nenhum. No entanto temos um cenário de desemprego brutal, com os nosso jovens recém formados em Lisboa, na miséria e no desemprego.
As expropriações. Chega-se a encurtar estradas, para não se entrar no quintal de uma pessoa importante, e no campo expropria-se a troto e a direito, pagam-se as indemnizações mal e tarde e deixam-se as pessoas a morrer à fome, tirando o pão da boca.
Mesmo as pessoas do PSD sabem que isto é assim e acham que é preciso pôr fim a este vício.
Esta política que nós fizemos criou-nos uma crise como não há outra igual. Este Governo apostou durante 30 anos, numa política que eu definiria deste modo: betão, bola e borga. É o regime dos três bês.
Ora toda a gente já percebeu que não podemos continuar com a esquizofrenia das obras. Constrói-se em toda a ilha. Faz-se letra morta do Planos Directores Municipais que são violados constantemente pelas câmaras. E depois queixam-se de que há acções populares.
Toda a gente também já percebeu que não podemos continuar com esta política de financiamento de milhares e milhares para o futebol e para o desporto.
A crise tem também efeitos no turismo. Mas, qual é a política do turismo? É a política da Borga. O patrocínio das festas, das festinhas, das festarolas para consumo interno, para contentamento da população local, com a capa de que é uma promoção turística. Quando o Governo se limita a não ter rigorosamente política nenhuma para o turismo.

DIÁRIO: Voltando à campanha. Manuel Monteiro virá à Madeira.

BA: O Dr. Manuel Monteiro é presidente do partido. E eu teria todo o gosto que ele viesse à Madeira. Ele atravessou um deserto político, mas verdadeiro. Não foi num sofá confortável do parlamento nacional.

DIÁRIO: Essa é para Paulo Portas?

BA: As pessoas entendam como entenderem. O Dr. Manuel Monteiro deve vir à Madeira defender os valores que defende. Ele, se puder, virá, a menos que aconteça alguma tragédia, alguma desgraça.

DIÁRIO: Quem é que financia esta candidatura?

BA: É financiada com o dinheiro que eu tenho e que os meus membros de lista têm. Mas o que é que está a custar esta candidatura? Eu estou a dar-lhe esta entrevista e não está a custar coisa nenhuma. Esta entrevista faz mais pela minha candidatura do que muitos cartazes que metem aí. Eu não vou meter nenhum dos cartazes como os que andam por ai. Eu não me preocupo com o facto de não termos dinheiro, porque nós vamos agir connosco.

DIÁRIO: Vão tentar chegar essencialmente através da comunicação social. É isso?

BA: Pela comunicação social e por iniciativas de rua com a nossa presença. E no contacto directo com as pessoas.

DIÁRIO: Porque é que não se soube da posição do PND sobre a actualidade política mais cedo?

BA: Eu entendia que o partido não devia existir enquanto não tivesse uma estrutura mínima montada na Madeira. O Partido neste momento já tem essa estrutura mínima. Na altura em que me falou não tínhamos sequer 50 militantes. Já há um corpo mínimo para podermos falar de uma estrutura.
Agora o partido oferece o humilde palco à participação de pessoas da sociedade civil, mas espero não fique por aqui. Os nossos objectivos são constituir um grupo parlamentar.

DIÁRIO: Elegendo alguém, vão adoptar os sistema de rotatividade?

BA: A nossa intervenção política ficará a ganhar se, para além de mim, o António Fontes e os outros membros da lista puderem ter experiência parlamentar. Porque somos pessoas completamente diferentes umas das outras. Isso não significa que entendamos que essa é a solução ideal para todos os partidos

DIÁRIO: Tem acompanhado a vida do PP. Como vê a situação do partido?

BA: O que eu sinto é que o CDS está a ser tomado por um grupo de estrema direita absolutamente intolerante. É preciso não esquecer que esse grupo é liderado por uma pessoa que, há uns anos, chamava aos europeístas, isto nunca me coube na cabeça e eu sou anti-europeísta, europarvos. E que surpreendeu num programa de televisão para humilhar uma das figuras mais importantes da política portuguesa, como foi o Dr. Lucas Pires. Dizendo-lhe que ele na Europa não tinha crescido, tinha engordado.

DIÁRIO: Foi Paulo Portas...

BA: Pois foi. É preciso ter cuidado com esse tipo de pessoas e é preciso ter cuidado com essa gente e com esse grupo que está a dominar o CDS.

DIÁRIO: Isso está a ter reflexos na Madeira? É que se diz que os apoiantes de Ribeiro e Castro foram afastados da lista do PP.

BA: Parece que há aí uma noite de facas longas, de purga interna. Isso parece que há. Se efectivamente é ou não é, eu não sei. Mas o que parece, em política vale muito.

DIÁRIO: Que mensagem final gostaria de deixar?

BA: Eu apelo a todos os madeirenses de boa vontade, que não se identificam com as forças políticas do poder nem com o quadro partidário da oposição, para que se juntem a nós, para que engrossem a nossa força nesta campanha e para que travem connosco este combate.
Eu julgo que há poucas oportunidades na vida para se fazerem coisas interessantes e esta é uma delas.
Eu tenho contactado muitas pessoas que me dizem: 'eu não vou intervir tenho medo que a minha empresa vá à falência. Eu não posso intervir porque vou afrontar interesses'. As pessoas parece que se esquecem que não têm relações com o partido do poder, mas com o Governo.
Sem coragem cívica, sem participação, não conseguimos nada.

(Publicado em Diário de Noticias)










A OCDE E A CORRUPÇÃO EM PORTUGAL












A OCDE acabou de considerar preocupante o elevado nível de corrupção existente em Portugal. De acordo com um relatório dado a conhecer na passada semana, esta instituição exorta as autoridades portuguesas a agirem considerando que o desenvolvimento económico do País está também dependente, da resolução deste problema.

Curiosamente, apesar desta tomada de posição, o assunto não parece incomodar muita gente e não fosse um seminário recém realizado na A.R., com a presença de um conhecido juiz espanhol, o esquecimento sobre a matéria seria total. E porquê? O que acontecerá, de facto, por detrás das cortinas para que sejamos um Estado onde a corrupção é rainha e senhora? Porquê? Que Nação é esta em que abundam os comentários acerca da “repentina riqueza” de um Ministro, de um ex- Ministro, de um Presidente de Câmara, de um ex – Presidente de Câmara, e nunca nada é denunciado? Porquê?
Alguém pode dar este esclarecimento? Francamente não o sei, mas isso não nos pode impedir de exigir transparência. É a democracia que está em causa e a honra dos Portugueses que está ameaçada.


Artigo de Opinião de Manuel Monteiro (Presidente do Partido da Nova Democracia)


(Publicado em Jornal da Nova Democracia)

BALTASAR AGUIAR









Eleitoras são maioria mas campanha é para todos

Baltasar Aguiar diz que «não há nenhuma preocupação em transmitir mensagens sexistas», até porque «as mulheres que são inteligentes» não acreditam nesse tipo de linguagem. «Mulheres e homens são exactamente iguais» e, por isso, destacou, «não há linguagens dessas para ninguém».

Apesar de a maioria do eleitorado madeirense ser feminino (54%), de acordo com o Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE), a maioria dos partidos é unânime de que as acções de campanha têm que ser digididas ao eleitorado em geral, independente do género. Todavia, alguns admitem atenção especial ao eleitorado feminino, até porque este é alvo de alguns problemas específicos como a violência doméstica e o facto de em actividades profissionais auferirem, nalguns casos, salários inferiores ao dos homens.
Num contacto estabalecido com cada uma das forças partidárias que concorrem às eleições de 6 de Maio, grande parte fez questão de destacar o facto de as mulheres estarem bem representadas nas suas listas.

Desconhecida percentagem de mulheres que votam

O secretário-geral adjunto do PSD diz que que as campanhas não podem ser feitas a pensar em «segmentos» até porque, apontou, é deconhecida a percentagem de eleitorado feminino que vota. Daí que, defendeu Filipe Malheiro, as acções de campanha têm que ser feitas «sempre em termos globais», senão também teriam que ser tidos em conta os jovens ou até os idosos que também têm forte representação. «Um partido não pode ter medidas que interessem apenas às mulheres, só para atrair às mesas de voto».
«Não temos a objectividade de fazer iniciativas para o eleitorado feminino». Quem o diz é o socialista Vítor Freitas, que referiu, contudo, que está salvaguardado nas propostas do PS os direitos das mulheres naquilo em que elas são discriminadas. Além disso, sublinhou que os objectivos do seu partido visam a defesa de princípios e valores que têm a ver com a igualdade de deveres e direitos, independentemente do sexo dos cidadãos.
O cabeça-de-lista pelo CDS/PP diz que o seu partido tem em conta o eleitorado feminino, tanto que «um terço dos candidatos são mulheres por competência e mérito e não por para cumprir qualquer quota». Mas, em termos de campanha, destacou que esta será dirigida a todos, apesar de alguns problemas que afectam as mulheres não serem esquecidos.

Composição das listas deve reflectir o eleitorado

Edgar Silva diz que a composição da lista do PCP «vai muito para além do que a Lei da Paridade exige ao nível nacional», porque o eleitorado feminino «tem um peso grande e é uma referência importante». «A nossa terceira e sexta candidata além de outras têm respondido a essa preocupação, na sensibilidade de um conjunto de propostas particularmente dirigidas ao eleitorado feminino», apontou.
Visão semelhante tem João Isidoro. O cabeça-de-lista pelo MPT diz que dos 94 candidatos por esta lista, 35 são mulheres. «Nos primeiros 10 nomes da nossa candidatura, temos duas mulheres, além de que a mandatária da lista é uma mulher», frisou.

Duas posições que se extremam

O BE destaca-se dos restantes partidos por já ter levado a cabo acções especialmente dirigidas às mulheres. Guida Vieira revelou a este respeito, que a primeira acção de campanha do bloco «será com mulheres, porque a maioria do eleitorado são mulheres».

Com posição oposta está a Nova Democracia (PND). O número um desta lista candidata diz que «não há nenhuma preocupação em transmitir mensagens sexistas», até porque «as mulheres que são inteligentes» não acreditam nesse tipo de linguagem. «Mulheres e homens são exactamente iguais» e, por isso, destacou, «não há linguagens dessas para ninguém».

Segundo dados dos STAPE, dos 230.630 eleitores recenceados na Região, 124,229 são mulheres

Dos 230.630 eleitores recenceados até 31 de Dezembro de 2006, a sua maioria era do sexo feminino (124,229) e os restantes (106.401) eram do sexo masculino, segundo os dados disponibilizados pelo Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE) no seu “site” e já noticiado na última semana por neste matutino.

Apesar da média regional ser de 54% de eleitoras há, porém, 25 freguesias em que o número de mulheres recenceadas ultrapassa, rondando os 55% (Ribeira Brava, Calheta, Arco da Calheta, Serra de Água, Canhas, Quinta Grande e Curral das Freiras) e os 58% (Sé, Tabua, Fajã da Ovelha e Paúl do Mar).


(Publicado em Jornal da Madeira)

PND EXIGE SABER QUEM FINANCIA CAMPANHAS MILIONÁRIAS











O Partido da Nova Democracia realizou ontem uma acção de pré-campanha eleitoral, junto ao futuro viaduto do Campo da Barca, no Funchal para precisamente, condenar o frenesim das inaugurações e das obras feitas à pressa, política que segundo afirmam, têm sido levada a cabo pelo Governo Regional demissionário.

Contudo, Baltasar Aguiar aproveitou também a oportunidade para, ao ser confrontado com uma notícia publicada num matutino regional, que dá conta que o PND foi o único partido que não apresentou o orçamento de campanha, afirmar-se «sem um tostão» para gastar neste período eleitoral. O líder regional do PND justificou ainda este incumprimento pelo facto de este, ser um partido pequeno e disse que vai procurar apoios junto dos seus apoiantes, para depois poder cumprir este preceito legal.
A “deixa” foi também aproveitada por Baltasar Aguiar para manifestar a sua indignação quanto aos «milhões» que vão ser gastos por outros partidos, e exortou os madeirenses a pedirem aos respectivos «quem é que dá todo este dinheiro para a sua campanha eleitoral, bem como quem são os doadores deste dinheiro, antes do seu início da mesma» afirmou.

(Publicado em Jornal da Madeira)