Eleições Regionais 2007, Eleições viciadas
Este relatório contem um breve resumo do conteúdo do Jornal da Madeira durante esta época de pré campanha e campanha eleitoral.
O resumo pretende demonstrar a parcialidade do contexto editorial na qual são inseridas as duas páginas dedicadas à campanha eleitoral, que são divididas entre os sete partidos.
Torna-se evidente que as páginas dedicadas à cobertura da campanha são reduzidas e insignificantes em comparação ao espaço dedicado a Alberto João Jardim e às suas declarações.
Segue-se uma breve análise do principal conteúdo do JM.
Primeira Página
Encontramos invariavelmente na primeira página uma fotografia de Jardim, geralmente numa inauguração, com o título que transmite a principal mensagem que Jardim proferiu.
Note-se que mesmo quando se trata de uma inauguração, Jardim aproveita a ocasião para insultar, denegrir e manipular a imagem de outros partidos, ora durante a cerimónia, ora à margem da cerimónia. Estas declarações são fielmente transcritas com destaque na primeira página.
Jardim tem feito grande uso da sua imunidade política para sistematicamente insultar e caluniar pessoas gratuitamente. Em contrapartida leva a tribunal quem ousa o criticar, ás vezes por declarações inócuas.
È frequente as declarações de Jardim serem usadas como títulos, sem que sejam usadas aspas. Segundo as elementares regras de gramática e comunicação, estas declarações passam então a significar o ponto de vista do próprio Jornal, que desta forma se identifica com Jardim.
As chamadas de primeira página sobre a oposição são poucas e sempre negativas. Por exemplo “PS da Madeira desautorizado pelo PS de Lisboa”, 22 Abril, ou “Governo queixa-se do PND à Polícia”, 28 Abril. È de notar que a história sobre o PS que mereceu grande destaque no dia 21 de Abril é repetida, novamente com grande destaque, no dia 22 sem que houvesse alguma grande novidade.
Boca Pequena, Segunda Página
Esta rubrica apresenta-se como sendo um cartoon, com um texto escrito pela redacção. Como tal, representa fielmente a visão e a opinião da sua redacção. É um “cartoon”, desprovido de piada, que apenas transmite uma mensagem
telegráfica e muitas vezes caluniosa sobre os visados.
No período abrangido, estas “bocas” foram todas dirigidas ao PS-Madeira e a específicos políticos desse partido, salvo uma contra o Paulo Portas.
Páginas dedicadas à actividade de Jardim
Basta dizer que geralmente são as páginas que receberam destaque na primeira página e que ultrapassam em numero, espaço e destaque, as duas páginas dedicadas à campanha.
Artigos de Opinião
Naturalmente que todos são livres de expressar a sua opinião, mas não deixa de ser extraordinário que todos os comentadores políticos sejam do mesmo partido e que todos usem o seu espaço para bajular o PSD-Madeira e criticar (ou insultar) a oposição. Não existe aqui qualquer critério de pluralismo.
Social/Penúltima Página
Esta página dedicada a fotos de ocasiões sociais é mais uma vez dedicada à vida social de Alberto João e outras figuras do Governo e do Partido. É frequente serem da festa de alguma inauguração.
Conclusão
Basta folhear brevemente qualquer edição deste Jornal para perceber que, tanto em termos visuais, como em termos de textos e tratamento, existe uma gritante parcialidade na sua linha editorial, no sentido de favorecer o partido do poder.
Desde o início da década 90 têm sido feito queixas a apontar a parcialidade do Jornal da Madeira, que actua como um órgão de propaganda do PSD Madeira, financiado pelo erário público, sem que alguma vez os órgãos de estado tomassem uma posição firme contra este abuso.
A entidade Regularizadora da Comunicação Social absteve-se de endereçar as queixas apresentadas e de publicar a consequente decisão.
Todavia, como resultado das várias queixas, o Jornal da Madeira está a ser monitorizado por esta entidade. Infelizmente, não são conhecidos os critérios usados para esta monitorização, nem quando este trabalho será concluído ou se chegará a tirar alguma conclusão, pelo que se torna um exercício completamente opaco e inútil.
No dia 14 Março 2007, todos os deputados do Partido Socialista, do CDS-PP e da CDU na Assembleia Regional da Madeira enviaram um abaixo-assinado dirigido à Entidade Regularizadora da Comunicação Social, acusando o Jornal da Madeira de ser um órgão de comunicação social “que é mantido artificialmente no mercado por avultados apoios públicos, exclusivamente para servir a propaganda política do PSD-Madeira e, mais objectivamente, do Dr. Alberto João Jardim”. Pediram um fim da politização do Jornal.
O abuso do Jornal para fins de propaganda eleitoral a favor do partido no poder, não é um acto isolado, e insere-se em todo um sistema de abuso dos poderes do estado e das Câmaras para beneficiar uma candidatura.
O acto mais representativo deste abuso são as inaugurações eleitoralistas, que são diárias em época de eleições e onde é frequente os empreiteiros servirem refeições à população, as Câmaras e Juntas de Freguesia organizarem o transporte para os fieis do partido do poder, e os políticos proferirem discursos políticos em que enaltecem a sua “obra” e que aproveitam para denegrir, insultar, ameaçar e incentivar a população presente a agredir fisicamente os seus “inimigos”, os reais e os fictícios.
Existe assim todo um ciclo de actividade eleitoralista partidária, feito com dinheiro do erário público, que culmina com a sua representação orquestrada para fins de propaganda, nas páginas do Jornal da Madeira - distribuído de borla por grande parte da população.
Resumindo:
Não existem eleições livres, democráticas e equitativas na Madeira e o estado tem sido cúmplice em alimentar esta situação ao longo dos anos, falhando na sua missão de salvaguardar o livre exercício da democracia e dos nossos direitos cívicos, políticos e económicos.
O resumo pretende demonstrar a parcialidade do contexto editorial na qual são inseridas as duas páginas dedicadas à campanha eleitoral, que são divididas entre os sete partidos.
Torna-se evidente que as páginas dedicadas à cobertura da campanha são reduzidas e insignificantes em comparação ao espaço dedicado a Alberto João Jardim e às suas declarações.
Segue-se uma breve análise do principal conteúdo do JM.
Primeira Página
Encontramos invariavelmente na primeira página uma fotografia de Jardim, geralmente numa inauguração, com o título que transmite a principal mensagem que Jardim proferiu.
Note-se que mesmo quando se trata de uma inauguração, Jardim aproveita a ocasião para insultar, denegrir e manipular a imagem de outros partidos, ora durante a cerimónia, ora à margem da cerimónia. Estas declarações são fielmente transcritas com destaque na primeira página.
Jardim tem feito grande uso da sua imunidade política para sistematicamente insultar e caluniar pessoas gratuitamente. Em contrapartida leva a tribunal quem ousa o criticar, ás vezes por declarações inócuas.
È frequente as declarações de Jardim serem usadas como títulos, sem que sejam usadas aspas. Segundo as elementares regras de gramática e comunicação, estas declarações passam então a significar o ponto de vista do próprio Jornal, que desta forma se identifica com Jardim.
As chamadas de primeira página sobre a oposição são poucas e sempre negativas. Por exemplo “PS da Madeira desautorizado pelo PS de Lisboa”, 22 Abril, ou “Governo queixa-se do PND à Polícia”, 28 Abril. È de notar que a história sobre o PS que mereceu grande destaque no dia 21 de Abril é repetida, novamente com grande destaque, no dia 22 sem que houvesse alguma grande novidade.
Boca Pequena, Segunda Página
Esta rubrica apresenta-se como sendo um cartoon, com um texto escrito pela redacção. Como tal, representa fielmente a visão e a opinião da sua redacção. É um “cartoon”, desprovido de piada, que apenas transmite uma mensagem
telegráfica e muitas vezes caluniosa sobre os visados.
No período abrangido, estas “bocas” foram todas dirigidas ao PS-Madeira e a específicos políticos desse partido, salvo uma contra o Paulo Portas.
Páginas dedicadas à actividade de Jardim
Basta dizer que geralmente são as páginas que receberam destaque na primeira página e que ultrapassam em numero, espaço e destaque, as duas páginas dedicadas à campanha.
Artigos de Opinião
Naturalmente que todos são livres de expressar a sua opinião, mas não deixa de ser extraordinário que todos os comentadores políticos sejam do mesmo partido e que todos usem o seu espaço para bajular o PSD-Madeira e criticar (ou insultar) a oposição. Não existe aqui qualquer critério de pluralismo.
Social/Penúltima Página
Esta página dedicada a fotos de ocasiões sociais é mais uma vez dedicada à vida social de Alberto João e outras figuras do Governo e do Partido. É frequente serem da festa de alguma inauguração.
Conclusão
Basta folhear brevemente qualquer edição deste Jornal para perceber que, tanto em termos visuais, como em termos de textos e tratamento, existe uma gritante parcialidade na sua linha editorial, no sentido de favorecer o partido do poder.
Desde o início da década 90 têm sido feito queixas a apontar a parcialidade do Jornal da Madeira, que actua como um órgão de propaganda do PSD Madeira, financiado pelo erário público, sem que alguma vez os órgãos de estado tomassem uma posição firme contra este abuso.
A entidade Regularizadora da Comunicação Social absteve-se de endereçar as queixas apresentadas e de publicar a consequente decisão.
Todavia, como resultado das várias queixas, o Jornal da Madeira está a ser monitorizado por esta entidade. Infelizmente, não são conhecidos os critérios usados para esta monitorização, nem quando este trabalho será concluído ou se chegará a tirar alguma conclusão, pelo que se torna um exercício completamente opaco e inútil.
No dia 14 Março 2007, todos os deputados do Partido Socialista, do CDS-PP e da CDU na Assembleia Regional da Madeira enviaram um abaixo-assinado dirigido à Entidade Regularizadora da Comunicação Social, acusando o Jornal da Madeira de ser um órgão de comunicação social “que é mantido artificialmente no mercado por avultados apoios públicos, exclusivamente para servir a propaganda política do PSD-Madeira e, mais objectivamente, do Dr. Alberto João Jardim”. Pediram um fim da politização do Jornal.
O abuso do Jornal para fins de propaganda eleitoral a favor do partido no poder, não é um acto isolado, e insere-se em todo um sistema de abuso dos poderes do estado e das Câmaras para beneficiar uma candidatura.
O acto mais representativo deste abuso são as inaugurações eleitoralistas, que são diárias em época de eleições e onde é frequente os empreiteiros servirem refeições à população, as Câmaras e Juntas de Freguesia organizarem o transporte para os fieis do partido do poder, e os políticos proferirem discursos políticos em que enaltecem a sua “obra” e que aproveitam para denegrir, insultar, ameaçar e incentivar a população presente a agredir fisicamente os seus “inimigos”, os reais e os fictícios.
Existe assim todo um ciclo de actividade eleitoralista partidária, feito com dinheiro do erário público, que culmina com a sua representação orquestrada para fins de propaganda, nas páginas do Jornal da Madeira - distribuído de borla por grande parte da população.
Resumindo:
Não existem eleições livres, democráticas e equitativas na Madeira e o estado tem sido cúmplice em alimentar esta situação ao longo dos anos, falhando na sua missão de salvaguardar o livre exercício da democracia e dos nossos direitos cívicos, políticos e económicos.
Sem comentários:
Enviar um comentário