sábado, dezembro 25, 2010

Deputado madeirense José Manuel Coelho entrega assinaturas para formalizar candidatura a Belém



«Tenho vontade de ganhar, mas vou perder por 10-0 ou 20-0»

O deputado regional madeirense do PND José Manuel Coelho entregou esta quinta-feira cerca de 7800 assinaturas junto do Tribunal Constitucional para formalizar a candidatura à Presidência da República, que pretende que sirva para «alertar» para a «situação antidemocrática» da Madeira, noticia a Lusa.

Esta quinta-feira foram recebidas nove candidaturas à Presidência da República.

«Decidi candidatar-me sobretudo para chamar a atenção do país inteiro de um enclave antidemocrático onde os cravos de Abril nunca floriram», afirmou José Manuel Coelho aos jornalistas, à saída do Tribunal Constitucional, em Lisboa, onde disse ter entregue cerca de 7800 assinaturas.

O deputado regional do PND assume a «mensagem regional» de uma candidatura que é «um grito de alerta a todo o país», uma forma de «alertar as consciências dos portugueses para a situação antidemocrática e reaccionária que se vive na Madeira».

José Manuel Coelho descreve a região autónoma madeirense como um território «onde um tiranito, rodeado dos seus capangas, faz um assalto ao Orçamento, ao dinheiro que os portugueses mandam para a Madeira e leva aquele dinheiro só em benefício dos seus amigos», numa referência ao presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim (PSD).

De acordo com o pré-candidato presidencial, há uma «Madeira A», «protegida pelos senhores do regime», e uma «Madeira B», onde «milhares e milhares de madeirenses vegetam na miséria, na pobreza, na fome, na ignorância, oprimidos pelo regime jardinista tirânico, apaparicado pela República, pelos dinheiros da República».

«A minha candidatura é para dizer que a República nos abandonou, os poderes públicos, os órgãos de soberania. Não queremos que nos mandem mais dinheiro, mas que nos dêem a democracia à qual temos direito», defendeu.

José Manuel Coelho assume que não pretende ganhar as eleições presidenciais, reconhece que «isso seria uma coisa utópica», e sublinha que o seu papel nestas eleições é «simbólico», embora diga que não fará campanha apenas na Madeira.

Compara-se ao modesto clube de futebol onde Cristiano Ronaldo jogou, o «clube futebol andorinha» para ilustrar que vai «disputar as eleições presidenciais com os pesos pesados da política nacional», os «candidatos do regime» e do «centrão», enquanto que ele é um homem «sozinho», «apoiado pelo povo ilhéu».

«Obviamente que tenho vontade de ganhar, mas obviamente que vou perder por 10-0 ou 20-0», disse, considerando que «os poderes instalados já têm decidido quem é o vencedor, que é o senhor professor Cavaco Silva».

(Com a devida vénia ao IOL - Diário)

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