sexta-feira, dezembro 31, 2010

Coelho disposto a acampar à porta da RTP

Último candidato a apresentar-se revoltado por não participar nos debates. Audiências dos debates caíram 32,5% face a 2005.

José Manuel Coelho, candidato a presidente da República, prepara- -se para "acampar" frente à RTP caso seja excluído do ciclo de grandes entrevistas (3 a 7 de Janeiro), moderado pela jornalista Judite Sousa, garantiu ao DN Baltazar Aguiar, mandatário financeiro da candidatura apoiada pelo PND.

O advogado ameaça ir "até às últimas consequências", incluindo a hipótese de provocar o adiamento das eleições. "Para já, as televisões vão ter de repor os debates que já fizeram agora com a presença de José Manuel Coelho. Está em causa o princípio da igualdade. Como o Presidente da República é o garante da igualdade e neutralidade neste país, vamos pedir-lhe uma audiência. Aliás, Cavaco Silva como candidato deverá dar o exemplo e ser o primeiro a sentar-se à mesa com José Manuel Coelho da mesma forma que fez com Manuel Alegre, Fernando Nobre, Francisco Lopes e Defensor de Moura. Disso não abdicamos!", reiterou.

A CNE, para onde seguirá hoje uma queixa, é também alvo de críticas. "O silêncio da CNE é impressionante. A candidatura de Coelho era conhecida. Foi notícia nacional. Não estamos a brincar. Foram recolhidas mais de 8500 assinaturas aceites pelo Tribunal Constitucional. Arranjaram um problema e vão ter de se haver connosco. Se preciso, vamos recorrer aos tribunais", sublinha Baltazar

Ao longo dos dez debates televisivos das eleições presidenciais, o candidato apoiado pelo PS e BE, Manuel Alegre, foi visto por cerca de três milhões e 600 mil pessoas. Logo a seguir surge Cavaco Silva, que teve três milhões e 500 mil portugueses a ouvir as suas palavras. Francisco Lopes e Fernando Nobre obtiveram uma audiência pouco superior aos três milhões. Por último, aparece Defensor Moura, que chega perto, mas não atinge a barreira dos três milhões.

Os números das audiências, fornecidos ao DN pela Marketest, demonstram que, no total, mais de oito milhões de pessoas ligaram as suas televisões para ver os candidatos a Belém. Com dez frente-a-frente, representa uma média a rondar as 810 mil pessoas por debate. Um número que fica longe de 2005. Nas últimas eleições presidenciais, a média das audiências chegou ao milhão e 200 mil. Uma queda de 32,5%.

O debate mais visto foi o último, que opôs Alegre e Cavaco, visto por cerca de um milhão 380 mil pessoas. Um número que ficaria apenas em quarto lugar nas presidenciais de 2005 - ficaria empatado ex aequo com o debate entre Cavaco e Soares.

(Com a devida vénia ao Diário de Notícias)

1 comentário:

Lanzas disse...

AS PRESIDENCIAS. OS CANDIDATOS. OS DEBATES
Ao considerar que o Deputado da Assembleia Regional da Madeira José Manuel Coelho, conhecido como "O Andorinha", sósia de Tiririca o palhaço brasileiro recém eleito Deputado pelo Estado de S. Paulo, reunia as condições necessárias para se candidatar à Presidência da Republica o Tribunal Constitucional colocou a descoberto aquilo que todos sabemos existir em Portugal: Cidadãos de Primeira, Segunda e Terceira.

Sem que se vislumbre um mérito especial na sua candidatura, o que acontece aliás na maioria das restantes, o facto é que numa tentativa de enredar Cavaco Silva os candidatos, com o apoio mais ou menos discreto dos canais de Televisão, forçaram a realização de debates entre eles na chamada fase pré-eleitoral, deixando "O Andorinha" sem a possibilidade de confrontar as suas opiniões e posições politicas, por muito controversas que sejam, com a dos restantes candidatos.

Em termos de democracia estamos conversados.

Tendo sido noticiado ontem que Defensor de Moura, Fernando Nobre, Francisco Lopes, Manuel Alegre e Cavaco Silva, por esta ordem, serão entrevistados na RTP na próxima semana (Será que a RTP considera ser esta a ordem da votação?), então estamos esclarecidos.

Só fala quem a RTP deixa. Não é por acaso que recebe uns largos milhões de Euros do Governo. É por isto e por outras parecidas.

E os portugueses que se revêem em José Manuel Coelho, tal como os 1.383.520 eleitores de S.Paulo se reviram em Tiririca, não têm o direito de ouvir o seu candidato?

E a Comissão Nacional de Eleições, o Tribunal Constitucional e os restantes Candidatos não têm nada a dizer sobre a matéria?

Será que são todos surdos, cergos e mudos?