segunda-feira, janeiro 19, 2009

Direito de resposta publicado hoje, 2009/01/19, no DN-Madeira

Direito de Resposta de Baltasar Aguiar













Em relação à notícia publicada ontem sobre a operação da Naviera Armas no porto do Funchal recebemos o seguinte direito de resposta do deputado do PND."Depois de um reconfortante e demorado silêncio, o DN-Madeira, para desenfastio, falou de mim. Fê-lo num artigo intitulado "Denúncia de Armadores põe "Armas" em cheque", publicado na página 27 da edição de Domingo, 18.01.2009, com a referência de que eu, supostamente, havia tornado pública uma denúncia feita pela Associação Nacional dos Armadores junto do IPTM, que terá estado na base de uma "confusão" que se instalou porto do Funchal no passado sábado. Tenho a dizer que não divulguei aquela denúncia, nem dela tinha conhecimento. Aliás, muito dificilmente poderia aceitar o encargo (decerto muito lucrativo) de ser "pombo correio" da Associação Nacional dos Armadores, pela simples razão de que a minha acção política me conduziu a posições totalmente contrárias aos interesses dos armadores e às conveniências que se acomodam nessa suposta denúncia. Se o DN-Madeira me tivesse contactado (o MTC tem o meu n.º de telefone) facilmente teria percebido que não transmito denúncias dos armadores (especialmente denúncias contendo ameaças de hipócritas e surrealistas queixas à autoridade da concorrência). Eu denuncio os armadores, denuncio a concertação de preços que existe nos transportes marítimos para a Madeira, denuncio o monopólio do Grupo Sousa nos portos da Madeira e a "pax romana" estabelecida nas docas do Caniçal. Se o DN-Madeira me tivesse contactado (por alguma razão o MTC não o fez) logo teria ficado a saber que, no passado sábado, me limitei a denunciar a proibição decretada pela APRAM do carregamento do navio ARMAS com atrelados de mercadorias. E se tivesse ido ao porto do Funchal (e por alguma razão o DN-Madeira não lá esteve) logo teria compreendido que não houve nenhuma "confusão" no porto, tudo foi muito claro e transparente: o navio ARMAS foi inicialmente impedido de embarcar camiões de mercadorias; posteriormente, um conhecido elemento do Grupo Sousa levou consigo num BMW preto um representante do navio ARMAS; minutos depois, ambos regressaram com a boa nova do levantamento pela APRAM da proibição de embarque de camiões no navio ARMAS; finalmente, embarcaram no navio todos os camiões retidos no porto, sob manifestações que grande regozijo dos muito populares ali presentes. Mais, se o DN-Madeira tivesse saído dos confins da Rua Fernão de Ornelas, teria verificado que os múltiplos agentes da PSP especialmente destacados para o porto do Funchal ou estrategicamente colocados em outros pontos da cidade, não tiveram só a caridosa missão de ajudar a viagem Machico/Funchal dos atrelados do circo, mas executavam ainda instruções no sentido de não deixarem entrar camiões no Porto do Funchal e de transmitirem aos respectivos condutores que o navio ARMAS estava em overbooking. Ou seja, teria constatado que a PSP estava a enganar os cidadãos ou tinha sido enganada por alguém. E se o DN-Madeira tivesse querido fazer um pouco de verdadeiro jornalismo de investigação teria ficado ainda a saber a extraordinária coisa de que as negociações para o levantamento da proibição de embarque de camiões no ARMAS decorreram no estaleiro das obras do cais norte do Porto do Funchal, entre o dito elemento do Grupo Sousa, o representante do navio ARMAS e o Presidente do Conselho de Administração da APRAM, que ali estava - imagine-se! - escondido. Mas - enfim … - o DN-Madeira não me contactou, não foi ao Porto do Funchal e nem sequer saiu dos confins da R. Fernão de Ornelas".
Baltasar Aguiar

(Publicado em Diário de Notícias - Madeira)

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