Candidatos do Partido da Nova Democracia estão barricados, desde esta quarta-feira de manhã, no edifício-sede do Jornal da Madeira, no Funchal, onde já se encontra a PSP.
De acordo com a Lusa, que avança a notícia, a entrada nas instalações no «Jornal da Madeira» seguiu-se a uma pequena declaração do candidato António Fontes na qual criticou os apoios concedidos pelo Governo regional, do PSD, que detém a maioria do capital social deste órgão de comunicação social.
«Vamos passar da legítima defesa à acção direta. Vamos entrar no ¿Jornal da Madeira¿, vamo-nos barricar aqui dentro enquanto não formos ouvidos pelo vice-presidente do Governo regional ou pelo senhor bispo do Funchal. Daqui não sairemos», afirmou António Fontes.
Os candidatos, acompanhados pelos jornalistas tentaram aceder à redacção do diário, tendo os jornalistas que faziam a cobertura desta acção sido expulsos do edifício, mantendo-se os candidatos no interior.
Pela porta exterior do edifício foram visíveis empurrões, estando agora no interior das instalações do jornal pelo menos quatro agentes da PSP.
António Fontes considerou que o «Jornal da Madeira» é a sede da «batota eleitoral», referindo o que o matutino «enxovalha, humilha e goza todos os dias» com a oposição, «em particular o PND».
«Um jornal que se diz distribuído com um preço de capa e fraudulentamente é distribuído gratuitamente», apontou, referindo que a publicação «aumentou a tiragem para a campanha eleitoral».
De acordo com António Fontes, o JM «não admite direitos de resposta nem qualquer esclarecimento», sublinhando que «faz campanha total quase ao PSD e ao Governo Regional da Madeira em pré-campanha e na própria campanha eleitoral», acrescentando que «não dá acesso» a correntes de opinião contrárias.
O candidato da lista liderada por Hélder Spínola referiu ainda os apelos sistemáticos do PND a várias instâncias sobre a situação da publicação e a necessidade de esta adotar uma postura pluralista, recordando as recomendações da Comissão Nacional de Eleições a este propósito, «para tratar todas as candidaturas de igual forma», mas que «o jornal não cumpre».
Jornalistas expulsos
O administrador do «Jornal da Madeira», Rui Nóbrega, que exigiu a saída dos jornalistas e dos candidatos do PND ¿ gritando, enquanto empurrava alguns dos candidatos «sai imediatamente, não tem autorização para entrar nas instalações», ao que o candidato Eduardo Welsh respondia: «Não ponha os jornalistas na rua, isto é uma ação de campanha, nós queremos falar com um responsável, nós queremos pluralismo aqui dentro, não é esta pouca-vergonha da imprensa jardinista, o senhor faz fraude».
Rui Nóbrega dirigiu-se mais tarde aos profissionais da comunicação, aos quais pediu desculpa e justificou a acção. «Eu nunca entrei na casa de ninguém sem permissão, não aceito nem admito», disse Rui Nóbrega, considerando a «intromissão abusiva, descarada, inadmissível».
Partido Trabalhista frente ao «Jornal da Madeira», em solidariedade
O responsável sublinhou a necessidade de uma autorização prévia da gerência para se poder aceder às instalações.
Às 11:30, PSP e candidatos da Nova Democracia ainda se encontram no interior das instalações
(Com a devida vénia à TVI 24)
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