Funchal, 20 abr (Lusa) - O deputado único do PND na Madeira anunciou hoje que pretende colocar o seu cartão de parlamentar à venda como forma de protesto pelo que considera ser o desrespeito pelo Estatuto dos Deputados na região.
Em conferência de imprensa realizada no Funchal, José Manuel Coelho protestava pelo facto de, no passado domingo, ter sido impedido pela PSP de entrar no cortejo da Festa da Flor para entregar um ramo de cravos vermelhos ao primeiro ministro, José Sócrates, que estava na tribuna de honra.
“Eu estava a circular na via pública é num ato normalíssimo em democracia, um ato simbólico, de cortesia, pretendia entregar um ramo de flores, de cravos de abril, ao primeiro ministro para demonstrar que o 25 de abril cá não chegou e Alberto João Jardim é um político que parou no tempo”, declarou.
Para José Manuel Coelho, esta situação ficou “demonstrada” pelo facto de a PSP, "instrumentalizada pelo regime jardinista, não ter respeitado o estatuto do deputado”.
No verso do cartão estão inscritas as imunidades e direitos dos deputados, entre os quais o “livre trânsito em locais públicos de acesso condicionado, no exercício das funções ou por causa delas”, apontou.
Disse que foi “detido e arrastado com alguma violência” pelos agentes da PSP da via pública onde desfilava o cortejo, o que no seu entender mostra que o referido “cartão não serve para nada”.
“Consagra direitos e privilégios ao deputado que só estão no papel porque ninguém respeita isso nesta terra, nem a PSP, nem poderes públicos, nem o presidente da Assembleia que vê ter sido atropelado um direito importante dum deputado e ninguém condena”, afirmou.
“Este é um cartão sem qualquer valor, só ser for apenas para um museu, por isso vou vende-lo porque não tem qualquer interesse”, conclui.
AMB.
(Com a devida vénia à Agência Lusa e ao Semanário SOL)
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