quinta-feira, agosto 29, 2013

PND retira apoio à lista de Filipe Sousa

“Não podemos apoiar pessoas que colocam em causa o turismo da Madeira”


A lista do movimento ‘Juntos pelo Povo’ (JPP) acaba de perder o apoio de um partido nestas eleições autárquicas. O PND, após analisar a actuação do cabeça-de-lista, Filipe Sousa, no processo de aprovação do “projecto megalómano” da praia do Portinho, no Caniço, decidiu retirar-lhe o seu apoio e apelar agora ao voto na lista do Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN), que também concorre em Santa Cruz.
Conforme explicou Dionísio Andrade, porta-voz do PND, esta força tinha decidido apoiar a lista do JPP, por ser um movimento independente dos partidos. Mas depois ficou desiludida com duas decisões tomadas pela equipa de Filipe Sousa. Em primeiro lugar, quando o JPP votou ao lado da vereação PSD para suspender o PDM. “Defendemos que os instrumentos de ordenamento do território não podem ser retalhados pelos políticos por ‘dá cá esta palha’”, comentou o representante do PND. Mas a ‘gota de água’ foi quando Filipe Sousa se colocou ao lado do executivo social-democrata presidido por José Alberto Gonçalves para licenciar o projecto imobiliário do Portinho. “Aí achámos que era tempo de dizer basta, porque não podemos dar apoio a um grupo que aprova este projecto megalómano, que faz lembrar a arquitectura da antiga União Soviética, com uma escala desproporcionada e índice de construção excessivo para aquele local e que não serve ao turismo da Madeira. Aliás, há países que já perceberam que monos de betão daquela grandeza não são bons para o turismo e por isso se recusam a aprová-los”, justificou o porta-voz.
Dionísio Andrade recordou que o projecto do Portinho é tão polémico que o vereador Carlos Costa, eleito também pelo movimento ‘Juntos Pelo Povo’, votou contra o mesmo, não partilhando da mesma opinião de Filipe Sousa. “Vimos que o PSD rebentou com o concelho de Santa Cruz, com edifícios sem qualquer planeamento e uma anarquia urbanística. Preocupa-nos agora ver o JPP, com pessoas que em princípio queriam mudar, com os mesmos vícios do passado. Não podemos ser cúmplices e apoiar pessoas que apoiam projectos que colocam em causa o turismo da Madeira”, rematou Dionísio Andrade.

(Com a devida vénia ao Diário de Notícias - Madeira)

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