Madeira: isto só vídeo!
Bandeira nazi, relógios de cozinha, faixas brancas, espreguiçadeiras e óculos de sol, são as armas utilizadas pelo Partido Nova Democracia, que encontraram na sátira, na ironia e o no humor a melhor forma de fazer oposição na Madeira.
Uma forma pouco convencional de fazer política que tem como "objectivo" último "denunciar e combater o regime jardinista". Com acções mais ou menos arrojadas que acabam invariavelmente no YouTube, através do auto-intitulado 'PND-TV', o ex-deputado, José Manuel Coelho, e o actual deputado do PND-M, Baltazar Aguiar continuam a agitar as águas da sociedade madeirense.
Com acções mais ou menos arrojadas, o ex-deputado, José Manuel Coelho, e o actual deputado do PND-M, Baltazar Aguiar continuam a agitar as águas.
Na semana passada, Baltazar Aguiar recebeu Jaime Gama na Assembleia da Madeira com uma tarja dizendo "Leve o Bokassa branco consigo", justificando que não iria participar em manobras de branqueamento do regime de 31 anos de Alberto João Jardim.
Um mês antes o deputado do PND resolveu trancar o carro de Jaime Ramos, que estava estacionado em cima do passeio junto à Assembleia Legislativa da Madeira, com uma carrinha de seis lugares. Um agente da PSP pergunta a um militante do PND, quem é que tinha estacionado "a carrinha" ali, mas não fez nenhum reparo em relação ao 'todo o terreno'de Jaime Ramos, que acabou por ser retirado do local com grande aparato, pelo motorista do líder da bancada laranja.
Ao longo dos últimos dois anos houve momentos de sátira como o d' "O Museu dos Coches", em que o ex-deputado Coelho aponta para o parque automóvel da Câmara Municipal do Funchal com veículos topo de gama.
Houve momentos de ironia como a "Troca do Savoy por abica burros", em que o deputado do PND criticou um negócio de cinco milhões de euros envolvendo a Câmara Municipal do Funchal, um terreno baldio e a construção de um novo hotel de Joe Berardo e Horácio Roque, com 16 andares no centro do Funchal.
Mas não faltaram momentos de seriedade, e de luta contra aquilo que consideravam ser um aproveitamento de dinheiros públicos. Foi a caso da distribuição de um total de 7.500 euros a pessoas reformadas com mais de 70 anos. Nesse dia de Janeiro, a fila chegou às dezenas de metros, com o PND a receber os mais rasgados elogios da parte de quem recebia o dinheiro.
Esta forma pouco usual de fazer política deixou Alberto João Jardim exasperado, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desconcertado e a maioria dos deputados atónitos. A opinião pública divide-se entre aqueles que criticam e o os que aplaudem o PND-M, mas ninguém fica indiferente.
Situações como o desfraldar da bandeira nazi na Assembleia, a suspensão ilegal do mandato do deputado José Manuel Coelho, levaram a situações de extremo, a desacatos e supostas agressões.
O presidente da Assembleia, Miguel Mendonça, viu-se obrigado a suspender os trabalhos por várias vezes. Num dos incidentes, Baltazar Aguiar que fazia uso da palavra, não gostou das 'bocas' da bancada do PSD e dirigiu-se a Jaime Ramos para pedir explicações.
(Com a devida vénia ao semanário EXPRESSO)
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