A semana que findou, prendou-nos com duas notícias que, em termos políticos, são de importância muito significativa, nomeadamente o anúncio, por parte do Primeiro-Ministro, de que a ratificação do Tratado de Lisboa será pela via parlamentar e a construção do futuro Aeroporto de Lisboa será em Alcochete e não na OTA.
Vou-me só quedar pela segunda, para fazer duas observações, quanto a declarações prestadas pelos líderes partidários do PPD-PSD e CDS.No que diz respeito ao Dr. Filipe Menezes, como reacção ao anúncio da construção do futuro aeroporto em Alcochete, o mesmo disse que era “necessário compensar as populações do Oeste” que “durante mais de uma década viveram na expectativa de grandes investimentos”.Quanto ao Dr. Paulo Portas, e no que à construção do futuro aeroporto em Alcochete diz respeito, o mesmo referiu que “foi uma desautorização pública e total da política do ministro das Obras Públicas” e que como já foi ministro “ se alguma vez fosse tecnicamente, cientificamente e politicamente desautorizado, tirava daí as consequências e dizia ao primeiro-ministro `eu para isto não sirvo”.No que concerne ao Dr.Filipe Menezes, parece-me ser surreal a demagogia para o aproveitamento político que o mesmo está a querer tirar da situação, a de compensar uma população por algo que realmente nunca existiu. Mas nessa linha de raciocínio fica aqui um apelo ao mesmo, Dr. Filipe Menezes apresente um plano para compensar a população portuguesa que durante três anos viveu na expectativa de grandes melhorias para Portugal, que o seu governo do PSD-CDS prometeu mas nunca cumpriu. É que este não “fugiu” da Ota para Alcochete, apanhou um avião na Portela e aterrou em Bruxelas.Por sua vez, no que ao Dr. Paulo Portas diz respeito, o mesmo há-de convir que o povo português não tem a memória curta e não é estúpido para digerir tamanha impudência. O Dr. Paulo Portas esquece-se que também foi desautorizado publicamente pelo Presidente da República, seja por razões políticas, técnicas ou científicas, no cargo de Ministro da Defesa que desempenhava, no Governo de coligação PSD-CDS? Ou já se esqueceu da demissão desse mesmo Governo de que fazia parte? Terá o Dr. Paulo Portas tirado daí alguma consequência, como aquela para a qual adverte? Parece que não, afinal continua como Presidente do CDS!O que eles querem, sei eu!
Funchal, 13 de Janeiro de 2008
Joel Viana
(Publicado no Jornal da Nova Democracia)
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