terça-feira, junho 18, 2013

Apesar da solicitação do Vereador do PND à autarquia do Funchal, suspeita de falha na actuação da chefia dos bombeiros fica por apurar.

CMF recusa esclarecer grande incêndio de 2010


Os vereadores do PSD rejeitaram na reunião da Câmara Municipal do Funchal da passada quinta-feira uma proposta para a realização de um novo relatório sobre o grande incêndio que, a 12 de Agosto de 2010, consumiu grande parte da mancha florestal do concelho. A sugestão foi avançada por Gil Canha (PND) e teve os votos a favor dos vereadores do PS e CDU. Lino Abreu (CDS) e Bruno Pereira (PSD) não participaram na votação.
A proposta de resolução de Gil Canha visava o esclarecimento das falhas que se verificaram e as medidas a tomar para que o concelho e o seu património natural sejam poupados a nova tragédia. O vereador do PND considerou insuficiente o primeiro relatório sobre o grande incêndio elaborado pelo comandante dos Bombeiros Municipais do Funchal, Nelson Bettencourt, sobretudo depois de terem surgido relatos que apontam para falhas na actuação da corporação no fatídico dia, designadamente as ordens dadas pela estrutura de chefia.
Em causa estão as revelações feitas, no início de 2013, no julgamento do levadeiro suspeito de atear o fogo, “nomeadamente um ‘auto de notícia’ da Polícia Florestal, em que são alvitradas graves acusações sobre o papel dos Bombeiros Municipais no ataque inicial a este fogo”. “Posteriormente, um grupo de elementos do corpo de bombeiros veio contestar estas acusações, defendendo que os bombeiros não poderiam ser todos culpabilizados nem ‘responsabilizados por ordens mal dadas pelas chefias’, e que ‘o fogo inicial já estava controlado e só não foi extinto, porque os superiores hierárquicos mandaram retirar imprescindíveis meios de combate ao fogo que estavam no terreno’”, descreve a proposta de Gil Canha, que recorda que um documento elaborado por membros dos bombeiros e que relatava esta versão dos acontecimentos foi entregue ao Ministério Público dias após o evento.
O vereador do PND diz que ele próprio foi abordado na altura do incêndio por um dos responsáveis pela Estalagem da Eira do Serrado, que lhe contou que “o fogo já estava quase extinto e só não foi debelado totalmente porque os bombeiros tinham retirado”. Aliás, recordou que Artur Andrade (CDU) também apontou as mesmas falhas. “Mas o senhor presidente da Câmara explicou-nos que o vento era de tal maneira fortíssimo que era completamente impossível combatê-lo. Ora, viemos agora a saber que no dia em que o incêndio começou, junto da estrada da Eira do Serrado (Ribeira da Lapa), não havia vento algum”, conclui o texto da proposta de resolução, que acabou ‘chumbado’ pelos vereadores do PSD.

(Com a devida vénia ao Diário de Notícias - Madeira)

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