
O Partido da Nova Democracia exigiu, ontem, durante a reunião camarária da Câmara Municipal do Funchal, explicações sobre o projecto de construção do novo Savoy. Um projecto que, no entender de Baltazar Aguiar, “é umamonstruosidade”.
O deputado único do PND-M, João Manuel Coelho, participou nos trabalhos da sessão plenária da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) fazendo retornar à normalidade o funcionamento deste órgão de governo próprio da região, noticia a Lusa.
Recorde-se que José Manuel Coelho esteve na origem da suspensão dos trabalhos da ALM quando no dia 4 de Novembro desfraldou, na tribuna do hemiciclo, uma bandeira nazi equiparando a situação política na Madeira ao regime hitleriano.
«Vamos tomar uma atitude pacífica porque sou uma pessoa pacífica, tivemos que tomar uma atitude mais enérgica e radical para chamar a atenção do País para que visse a situação de falta de democracia que se vive nesta terra», revelou, à agência Lusa, José Manuel Coelho.
Em plenário, José Manuel Coelho referiu haver «amigos», numa referência ao líder do Grupo Parlamentar do PSD-M, Jaime Ramos, que «pensavam que o Coelhinho nunca mais se sentaria no parlamento».
Os trabalhos parlamentares iniciaram-se também com um novo vice-presidente no Grupo Parlamentar do PSD-M, Jorge Moreira, na sequência do pedido de demissão de Coito Pita (que esteve ausente do plenário) daquelas funções depois dos acontecimentos na ALM.
«Luta pela democracia»
José Manuel Coelho considerou, entretanto, que «as diatribes» do presidente do Governo Regional e líder do PSD-M, Alberto João Jardim, à sua pessoa devem-se ao facto de «lutar pela democracia na Madeira».
«O dr. Alberto João Jardim refere-se à minha pessoa porque ele está confrontado com a minha luta que é chamar a atenção do povo madeirense para um líder, tipo africano, que se quer perpetuar no poder porque a democracia na Madeira é praticamente inexistente e isto só tem paralelo com os países africanos», disse o deputado.
Num artigo de opinião publicado no Jornal da Madeira, intitulado «Ódio à Madeira», o presidente do Governo Regional comenta pela primeira vez os incidentes no parlamento regional, escrevendo que um «pobre diabo (¿) resolveu exibir uma bandeira nacional-socialista na Assembleia Legislativa da Madeira».
«Foi preciso, de uma vez por todas, restaurar a normalidade de procedimentos e acertar com os deputados as medidas a assumir no futuro, de modo a que, dadas as lacunas da Constituição e das leis da República Portuguesa, que não impedem estas bandalheiras ¿ também, mais não se lhes espera¿- se voltasse ao normal funcionamento institucional», escreve Jardim no jornal onde o Governo detém 99 por cento do capital social.
«Para que tudo fosse reorganizado calmamente, o agente foi impedido, durante um dia, de entrar no edifício do Parlamento. Tratou-se de uma situação que configurava, em absoluto, estado de necessidade», acrescentou.
A esta apreciação, o deputado José Manuel Coelho responde afirmando que «pela primeira vez, surgiu alguém que lhe fez frente, que disse que o rei ia nu».
«É claro que não gostou. Agora, barafusta, diz que as culpas são de Lisboa e diz as maiores diatribes contra a minha pessoa mas eu estou, aqui, para que haja democracia nesta terra e alternância política», contrapõe o deputado único do PND que sublinha que «a pior forma de ditadura é a ditadura encapotada, disfarçada e mascarada de democracia».
(Com a devida vénia ao IOL Portugal Diário)
Baltasar Aguiar reage à ilegalidade aprovada pela Assembleia Legislativa da Madeira, que impede o deputado único do PND-M de participar no Plenário.
O plenário da Assembleia Legislativa da Madeira foi hoje suspenso depois de o deputado do Partido da Nova Democracia (PND), José Manuel Coelho, ter ostentado a bandeira nazi com que identificou o PSD regional.Coelho aproveitou a discussão da alteração ao regimento, proposta pela maioria social-democrata, para chamar fascista ao líder desta bancada Jaime Ramos. E, depois de ter exibido a bandeira com a cruz suástica na tribuna, colocou este pavilhão no lugar daquele deputado que, entretanto, tinha abandonado o hemiciclo com o respectivo grupo parlamentar.A sessão foi interrompida por decisão do presidente da mesa e, após a conferência de líderes em que foi decidido apresentar ao Ministério Público queixa contra o deputado do PND por propaganda nazi, e a retirada da sua imunidade parlamentar, o PSD requereu a expulsão do deputado da Nova Democracia.
(Com a devida vénia ao Jornal Público)